"Dada a incerteza económica e a ainda pouca clara noção sobre a gravidade da crise da covid-19, e apesar da sólida posição do Balanço de que a empresa dispõe atualmente, o Conselho de Administração considerou relevante, tanto para a empresa como para os seus stokeholders, reverter a sua intenção de propor à Assembleia Geral de Acionistas um dividendo de 0,11 por ação, anteriormente divulgada ao mercado", é referido na nota.
É também adiantado que o Conselho de Administração vai propor à Assembleia Geral anual que "o resultado líquido de 2019 seja destinado a integrar Resultados Transitados e, adicionalmente, que não seja alocada parte dos lucros do exercício aos trabalhadores e administradores executivos dos CTT".
Foi entretanto pedido à Mesa da Assembleia Geral a desconvocação da reunião da Assembleia Geral Anual agendada para dia 21 de abril, passando-a para dia 29 de abril e a ser feita exclusivamente por meios telemáticos.
O Conselho de Administração dos CTT refere na informação à Comissão de Mercados e Valores Mobiliários (CMVM) que vai fazer todos os esforços para enfrentar os eventuais impactos da pandemia.
Na comunicação, a empresa salienta que continua empenhada em apresentar retorno e remuneração acionista sustentáveis no longo prazo, reforçando, no entanto, que "nas atuais circunstâncias" é "prioritário assegurar tanto a continuidade imediata do negócio como o investimento em iniciativas para continuar a ajudar os clientes nas suas atividades de comércio eletrónico".
No comunicado, o Conselho de Administração recorda que os serviços de correio, encomendas e financeiros dos CTT mantêm-se a funcionar em pleno, apesar dos efeitos da covid-19.
"Para o efeito, a empresa lançou várias iniciativas em parceria com diversas entidades públicas e privadas no sentido de continuar a fazer chegar à população medicamentos e equipamento médico, bens essenciais e comerciais, tirando partido das plataformas digitais".
No entanto, os CTT preveem quedas nos rendimentos do correio, encomendas e serviços financeiros durante os próximos meses, dependendo da severidade das restrições decorrentes do estado de emergência nos países em que a empresa opera.
Em Portugal, segundo o balanço feito no domingo pela Direção-Geral da Saúde, registaram-se 295 mortes e 11.278 casos de infeções confirmadas. Dos infetados, 1.084 estão internados, 267 dos quais em unidades de cuidados intensivos, e há 75 doentes que já recuperaram.
Portugal, onde os primeiros casos confirmados foram registados no dia 02 de março, encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de 19 de março e até ao final do dia 17 de abril, depois do prolongamento aprovado na quinta-feira na Assembleia da República.