Na semana passada, os deputados aprovaram por unanimidade o requerimento do CDS-PP para audições aos cinco maiores bancos que operam em Portugal - Caixa Geral de Depósitos, Millennium BCP, Santander Totta, BPI e Novo Banco - sobre os apoios dados pelos bancos às empresas e famílias (crédito, condições associadas) e a sua rapidez, no âmbito da pandemia de covid-19.
Na audição de hoje à tarde, serão ouvidos os administradores do BPI João Pedro Oliveira e Costa e Pedro Barreto (às 14:00), o presidente executivo do Banco Millennium BCP, Miguel Maya (às 16:00), e o presidente executivo do Banco Santander Totta, Pedro Castro e Almeida (às 18:00).
Também na semana passada, os deputados aprovaram por unanimidade requerimentos do CDS-PP e do Chega para audição do governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, esperando-se que essa audição também possa acontecer esta semana.
Desde o início da atual crise que os bancos foram 'chamados' pelo poder político a dar o seu contributo no esforço da crise.
O primeiro-ministro, António Costa, afirmou que os bancos têm uma "função de responsabilidade social muito grande que têm que assumir", até porque têm consciência da sua responsabilidade na crise de 2008 e do que foram ajudados, e o líder do PSD, Rui Rio, disse mesmo que a "banca não pode querer ganhar dinheiro com a crise" e que o objetivo do setor em 2020 e 2021 "tem de ser lucro zero".
Já o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou esperar ver a banca "retribuir aos portugueses" os apoios que teve e, há duas semanas, após uma reunião com os presidentes dos maiores bancos, disse ter visto "grande mobilização no sentido de ajudar a economia".
Os bancos têm sido o canal de disponibilização das linhas de crédito garantidas pelo Estado de apoio às empresas e o Governo criou uma lei que concede moratórias (suspensão de pagamentos das prestações) no crédito à habitação e crédito de empresas.
Já na semana passada, os principais bancos que operam em Portugal acordaram moratórias para crédito ao consumo e crédito à habitação.
Estas moratórias privadas dos bancos complementam as que foram aprovadas pelo Governo, permitindo estas a suspensão de prestações ou redução do valor em casos que até agora não estavam cobertos pela legislação governamental.
Uma das diferenças principais é permitir moratórias nos créditos ao consumo (crédito automóvel e outros), que a lei do Governo não abrange.
Além disso, permite que clientes com crédito à habitação acedam à moratória se tiverem quebras de 20% nos seus rendimentos, que a lei do Governo também não abrange.