"<span class="news_bold">Recebemos 4.700 candidaturas e já foram pagos 15 milhões de euros à data de hoje de um total de 43 milhões que foram solicitados", disse a governante hoje durante uma conferência dedicada ao setor organizada pela Deloitte.
Segundo Rita Marques, o Turismo de Portugal recolocou 70 pessoas de outras áreas para trabalhar nesta linha dirigida a microempresas do setor com até 10 pessoas e, desta forma, a governante espera que em breve o instituto fique "mais tranquilo nos pagamentos", conseguindo acelerar os processamentos.
Sobre as linhas de crédito de 1,7 mil milhões de euros específicos para o setor turístico para responder à pandemia de covid-19, a secretária de Estado diz que 50% dos pedidos são candidaturas promovidas por microempresas.
Rita Marques valorizou as medidas criadas pelo executivo para apoiar o setor, entre as quais o diploma "absolutamente pioneiro no contexto europeu" hoje aprovado em Diário da República para atribuição de 'vouchers' para os turistas cujas viagens e estadas sejam canceladas devido à pandemia do novo coronavírus.
"A prioridade foi acautelar o direito dos consumidores e os interesses dos operadores económicos de modo a permitir a máxima 'não cancelem, adiem'", disse.
A governante reconheceu, no entanto, que ainda não foi possível "acudir a todos", referindo que neste momento "estão de fora, sem apoio", os proprietários de alojamento local que estão excluídos do regime de trabalhadores independentes porque têm rendimentos de categoria B resultantes exclusivamente de contratos de arrendamento e arrendamento urbano.
"Ainda assim, numa das revisões feitas ao nível de 'lay-off' ficaram equiparados aos trabalhadores independentes os empresários em nome individual e também os sócio-gerentes de empresas com menos de 10 trabalhadores", disse Rita Marques, garantido que o Governo está comprometido com a melhoria e refinamento das medidas, com atenção especial para os pequenos operadores e microempresas.
A governante afirmou também durante a conferência que "muito em breve" haverá novidades ao nível das medidas de estímulo ao consumo e promoção internacional na área turística.
"As expectativas são realistas, não teremos seguramente um ano de 2020 fantástico. Tudo indica que teremos choques ao nível da receita na ordem dos 50% quando comparados com 2019", disse.
Ainda assim, continuou, "um otimista vê uma oportunidade em cada dificuldade" e, por isso, o executivo e o setor turístico deve acreditar que é possível retomar rapidamente a trajetória "da nova normalidade".
"Estamos a preparar junho, julho e agosto de 2020 para garantir que os empresários se possam preparar e que os viajantes, os turistas possam ter confiança no destino nacional"
"Temos capacidades para dar a volta, o que distinguiu Portugal como melhor destino turístico do mundo não foi beliscado pelo covid-19. Precisamos de uma parceria público-privada que faça sentido instigando a confiança do turista (...) com medidas para estimulo do consumo para ajudar que a nova normalidade possa ser reposta em breve", concluiu.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 181 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Mais de 593.500 doentes foram considerados curados. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países começaram entretanto a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos, como Dinamarca, Áustria, Espanha ou Alemanha, a aliviar algumas das medidas.