"Dissemos-lhe [ao Presidente Donald Trump] que a participação dos Estados Unidos era necessária nos conselhos do Fundo Monetário, do Banco Mundial e do Banco Interamericano de Desenvolvimento e que exigimos o apoio dos Estados Unidos para que os países da América Central pudessem dar uma moratória ao pagamento de nossa dívida", realçou por videoconferência, tendo admitido que a conversa com o homólogo norte-americano decorreu na sexta-feira.
Após ter pedido ao Fundo Monetário Internacional (FMI) a verba para lidar com um surto que até agora causou 562 casos confirmados de infeção e 47 mortes nas Honduras, segundo dados oficiais, o governante realçou que o país precisa de "obter esse alívio", após 45 dias de confinamento.
Juan Orlando Hernandéz acrescentou que a economia hondurenha vive uma "situação muito difícil", mas lembrou que o país tem sido "muito pontual" a pagar aos seus credores, tendo uma "reputação de bom pagador".
O Presidente das Honduras considerou ainda importante para a América Central e para os Estados Unidos que algumas empresas que se deslocalizaram para a China há 20 anos se instalem naquela zona do globo, embora sem identificá-las.
"A situação económica que está para vir é muito complexa", realçou Hernandéz, depois de ter anunciado, na quinta-feira, a criação de um fundo de garantia de crédito de 100 milhões de dólares para as micro, pequenas e médias empresas do país, afetadas pela paralisação da atividade económica.
O chefe de Estado hondurenho revelou ainda ter conversado com Trump sobre o fornecimento de material biomédico para os hospitais.
O Presidente norte-americano prometeu, na sexta-feira, o envio de ventiladores para o Equador, e também para El Salvador e Honduras, dois países que continuaram a receber migrantes deportados dos Estados Unidos, depois da Guatemala ter recusado continuar a recebê-los, devido à covid-19.
Numa série de publicações na rede social Twitter, Donald Trump disse que os Estados Unidos já receberam pedidos de ajuda no âmbito da pandemia por parte do Presidente das Honduras, mas também dos chefes de Estado do Equador, Lenín Moreno, de El Salvador, Nayib Bukele, e da Indonésia, Joko Widodo.
A nível global, segundo um balanço da AFP, a pandemia de covid-19 já provocou cerca de 200 mil mortos e infetou quase 2,8 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Mais de 736 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.