A Comissão Europeia estima uma quebra do produto interno bruto (PIB) de Portugal de 6,8% em 2020, mas um crescimento de 5,8% já no próximo ano, de acordo com as Previsões Económicas da Primavera, divulgadas esta quarta-feira.
As previsões de Bruxelas apontam ainda para que a taxa de desemprego suba para os 9,7% este ano, em comparação com a de 6,5% registada no ano anterior. Em 2021, a Comissão Europeia estima que a taxa de desemprego se situe nos 7,4%.
Estas previsões são mais otimistas do que as do Fundo Monetário Internacional (FMI), que previu uma quebra económica de 8,0% e desemprego de 13,9% em 2020.
Défice português deverá crescer para 6,5%
A Comissão Europeia prevê que o défice das contas públicas em Portugal atinja os 6,5% do PIB em 2020, com a dívida pública a atingir os 131,6% do PIB, devido ao impacto da pandemia da Covid-19.
Ainda assim, também estas previsões são mais otimistas do que as do FMI, que em 15 de abril previu que em 2020 o défice das contas públicas portuguesas atingisse os 7,1% do Produto Interno Bruto (PIB), e que a dívida chegasse aos 135% do PIB.
Economia europeia vai experimentar uma recessão de proporções históricas este ano
E na zona euro?
Bruxelas estima ainda que a economia da zona euro conheça este ano uma contração recorde de 7,7% do PIB, como resultado da pandemia, recuperando apenas parcialmente em 2021, com um crescimento de 6,3%.
Como já era de prever, estas são as primeiras previsões económicas a terem em conta o impacto da crise provocada pela pandemia, pelo que o executivo comunitário reviu em profunda baixa as anteriores projeções de crescimento.
Bruxelas considera que "apesar da resposta rápida e abrangente, tanto a nível da União Europeia como nacional, a economia europeia vai experimentar uma recessão de proporções históricas este ano".
"A Europa está a atravessar um choque económico sem precedentes desde a Grande Depressão. Tanto a gravidade da recessão como a dinâmica da recuperação serão desiguais, uma vez que dependerão da celeridade com que as medidas de confinamento possam vir a ser suprimidas, da importância de setores como o turismo na economia de cada país e dos recursos financeiros à sua disposição. Esta divergência suscita riscos para o mercado único e para a área do euro, mas é possível atenuá-los mediante uma ação decisiva e conjunta a nível europeu. Temos de estar à altura deste desafio", disse Paolo Gentiloni, comissário europeu responsável pela Economia, citado num comunicado ao qual o Notícias ao Minuto teve acesso.