Empresas de diversão itinerantes clamam por ajudas do Governo

O cancelamento de festas e romarias motivado pela pandemia da covid-19 paralisou as empresas nacionais de diversão itinerantes, que estão sem meios de subsistência, alertou hoje o presidente da Associação Portuguesa de Empresas de Diversão (APED).

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Lusa
09/05/2020 09:46 ‧ 09/05/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

Em declarações à agência Lusa, Francisco Bernardo salientou que o setor corre o risco de passar por uma paralisação "muito extensa", provavelmente superior a um ano, sem outras alternativas, pelo que estão a ser debatidas com o Governo medidas de apoio para as empresas.

"Queríamos que fossem criadas condições de apoio, quando estas empresas estão realmente em período de carência", disse o dirigente, referindo que já houve uma reunião com o secretário de Estado do Comércio, João Torres, uma vez que correm o risco de só regressarem à atividade na primavera de 2021.

O presidente da APED, que tem sede em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, realça que o setor agrega cerca de 800 empresas, na sua maioria familiares, "que dependem ativamente da realização e organização destes eventos [festas, feiras e romarias]".

Francisco Bernardo salienta que as empresas do setor das diversões itinerantes "dinamizam a economia", contribuindo "ativamente com verbas muito avultadas" para municípios, Juntas de Freguesia e comissões de festas de norte a sul do país, que são os promotores dos eventos em que participam.

"Muitas vezes, se não fossem os nossos contributos, [os promotores] não teriam capacidade financeira para organizar estes eventos e contratarem artistas, ornamentadores e fogo-de-artifício, que as pessoas tanto gostam de ver", frisou.

"Somos muitas famílias e dinamizamos os comércios locais, com o nosso consumo de bens alimentares, de combustíveis e até mesmo de oficinas, além de que esse mesmo comércio vai usufruir do excedente populacional que nós atraímos na altura do período das festas", recorda.

Sem conseguir quantificar os prejuízos do setor, que está dependente de muitos fatores, entre eles as condições meteorológicas e o cartaz dos eventos, Francisco Bernardo fala em despesas muito avultadas já realizadas pelos empresários com os seguros e certificados de inspeção anual dos equipamentos e dos veículos de transporte, além da Segurança Social e contabilidade mensal.

"Temos tentado negociar junto dos mediadores de seguros, na tentativa de os convencer de que era muito importante para apoiar o setor a suspensão dos prazos ou das validades das apólices", referiu.

O empresário sublinha que o setor está numa posição em que já não usufrui da cobertura das apólices durante o período em que não têm atividade, que abrange o outono e inverno.

"Situação idêntica acontece também com os certificados anuais de inspeção dos equipamentos de diversão, que muitas pessoas já pagaram em janeiro e agora não vão usufruir dele", acrescenta o presidente da APED.

A associação pretende que haja também uma atenção do Governo para o imposto único de circulação das viaturas de transporte dos equipamentos de diversão, que vão estar parados por falta de atividade.

"Se não temos outra fonte de rendimento e estamos parados, a nossa receita é nula. Portanto como é que nós vamos conseguir pagar estas despesas", questiona Francisco Bernardo.

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