A Emirates, a maior transportadora aérea do Médio Oriente, com base no Dubai, indicou que apesar dos lucros terem aumantado 21%, as receitas diminuíram para 25 mil milhões de dólares (cerca de 23 mil milhões de euros) no ano fiscal terminado em março, menos 6% que no anterior.
A companhia aérea atribui a diminuição das receitas, sobretudo, à suspensão de voos em março provocada pela pandemia da covid-19.
"Desde meados de fevereiro as coisas mudaram rapidamente com a pandemia da covid-19 em todo o mundo, provocando uma queda repentina e tremenda da procura de transporte internacional aéreo, enquanto os países fecharam fronteiras e impuseram duras restrições de movimentos", afirmou o presidente executivo (CEO) do Emirates Group, xeque Ahmed bin Saeed Al Maktoum.
O sucesso da companhia aérea é visto como um indicador para a própria economia do Dubai, que se baseia fortemente no turismo e na aviação. Antes da pandemia, o crescimento económico do Dubai já tinha desacelerado, com os preços dos imóveis a caírem e as empresas a congelarem a contratação ou mesmo a despedirem pessoal.
O Dubai estava apostava na Expo 2020 para atrair novos visitantes e iniciar um lento crescimento económico.
O Dubai deveria receber a feira de seis meses a partir deste outono, mas, como outros grandes eventos em todo o mundo, esta foi adiada para o próximo ano, à medida que o mundo lida com a covid-19.
Como sinal da importância da Emirates Air para o Dubai, o Governo anunciou no final de março que injetará capital na transportadora, creditando a sua "importância estratégica" à economia dos Emirados Árabes Unidos.
Como outros países árabes do Golfo, a economia dos Emirados Árabes Unidos está em recessão este ano devido à pandemia e aos baixos preços do petróleo.
A companhia aérea estatal anunciou que não pagará dividendos este ano, depois de ter pago no ano anterior dividendos no valor de 136 milhões de dólares à Investment Corporation de Dubai.
Para diminuir custos, a companhia aérea reduziu os salários dos funcionários, com cortes que variam de 25 a 50%.
Nos últimos 12 meses, a companhia aérea disse que o tráfego de passageiros caiu de 58,6 milhões para 56,2 milhões.
A Emirates foi forçada a suspender os voos de passageiros em março, por ordens do Governo dos Emirados Árabes Unidos.
Desde então, a Emirates retomou voos limitados, sobretudo para visitantes e residentes estrangeiros que desejam deixar o país.
Entretanto, os lucros da empresa que controla a Emirates, a Emirates Group, desceram para 456 milhões de dólares (cerca de 420 milhões de euros) nos 12 meses terminados em março, contra 631 milhões de dólares no ano anterior.
As receitas da Emirates Group aumentaram para 28,3 mil milhões de dólares (cerca de 26 mil milhões de euros), mais 1,7 mil milhões de dólares.