Na Câmara de Representantes e no Senado, os legisladores democratas estão a preparar propostas de estratégia nacional para testes de contaminação, que serão apresentados nos próximos dias, e de novas ajudas financeiras a famílias e empresas.
"Isto vai ser connosco", disse Mikie Sherrill, congressista democrata da Câmara de Representantes, referindo-se aos planos para a contenção da propagação do novo coronavírus.
Os democratas consideram que o Presidente se está a demitir de responsabilidades, numa fase crucial do combate à pandemia, quando vários Estados começam a reabrir a sua economia.
O Congresso norte-americano vai preparar um quinto pacote de ajuda na luta contra a pandemia, num esforço que foi considerado como "Rooseveltiano" pelo líder da minoria democrata no Senado, Chuck Schumer, comparando-o aos planos que foram delineados pelo Presidente Franklin D. Roosevelt, durante a Grande Depressão, no primeiro terço do século XX.
Os democratas acusam Donald Trump de não estar a fazer o suficiente para evitar uma "catástrofe sanitária e financeira", na expressão da líder da maioria democrata na Câmara de Representantes, Nancy Pelosi.
O Governo emitiu diretrizes para reabrir as economias estaduais, mas arquivou um relatório do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC), que a oposição considerava ser fundamental para evitar novas vagas da pandemia.
Mas o Partido Republicano e membros do Governo de Trump, assim como alguns especialistas, consideram que não é tarefa do Congresso preparar planos para o combate à pandemia.
"É muita coisa para o Congresso assumir", disse Andy Slavitt, ex-funcionário federal do Departamento de Saúde perante o Comité de Energia e Comércio, na sexta-feira.
Também o congressista republicano Tom Cole, do estado de Oklahoma, disse que os projetos de combate à pandemia e de revitalização da economia são responsabilidade da Casa Branca e apelou aos democratas para evitarem dissensões que podem sair muito caras aos EUA.
Nos Estados Unidos foram registados mais de 1.300.000 casos de contágio e mais de 78.000 mortes com covid-19.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 276 mil mortos e infetou mais de 3,9 milhões de pessoas em 195 países e territórios.
Mais de 1,3 milhões de doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
Face a uma diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, vários países começaram a desenvolver planos de redução do confinamento e em alguns casos a aliviar diversas medidas.