INE divulga hoje dados do PIB do 1.º trimestre

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga hoje a primeira estimativa das contas nacionais do primeiro trimestre, com os analistas ouvidos pela Lusa a antecipar uma recessão entre os 2,7% e os 5% em termos homólogos.

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Lusa
15/05/2020 06:25 ‧ 15/05/2020 por Lusa

Economia

PIB

De acordo com o analista Pedro Amorim, da corretora Infinox, a recessão em termos homólogos no primeiro trimestre de 2020 poderá ir dos 3% aos 5%, e Nuno Mello, da corretora XTB, estima uma quebra de 2,7%.

Já em termos de quebra em cadeia, em relação ao último trimestre de 2019, Pedro Amorim aponta para uma quebra do PIB em torno dos 3%, e Nuno Mello demonstra mais otimismo, ao prever uma recessão de 1,8%.

"Neste primeiro trimestre já poderá ser de valores negativos, recessão, até porque na taxa de crescimento que tinha sido registada no último trimestre de 2019 já se notava algum arrefecimento, contudo uma correção dos dados destes quinze dias [os últimos de março] poderão levar a, por exemplo, -3% do PIB sem qualquer surpresa para nós", antecipou o analista da Infinox.

No entanto, Pedro Amorim assinalou que "as previsões neste momento não devem ser rígidas, porque qualquer modelo matemático não está a conseguir resultar devido ao movimento excecional na economia".

Nuno Mello, da XTB, aponta para uma previsão "um bocadinho mais otimista", a apontar "para a casa dos -1,8% [em cadeia], uma vez que o impacto da pandemia basicamente só se fez sentir nas últimas duas a três semanas do mês de março".

"Tivemos bons dados no caso do défice da balança comercial, que é um dos fatores que mais impacto tem no PIB", em particular com "as exportações, apesar de terem caído 13% para um mínimo de seis meses, devido sobretudo à quebra na procura por veículos de passageiros, por exemplo, fornecimento industrial, bens de consumo", houve uma quebra nas importações de praticamente 12%, "sobretudo nas compras de equipamentos no setor de aviação e maquinaria".

Por outro lado, o analista Filipe Garcia, da Informação de Mercados Financeiros (IMF), preferiu não fazer previsões, prevendo sim que os números do PIB, que serão divulgados hoje pelo INE, terão de ser posteriormente revistos.

"Olhando para a definição mais utilizada do PIB, de consumo, gastos públicos, investimento e comércio externo, todas as componentes mexeram muito", pelo que foi difícil estabelecer um padrão para efetuar os cálculos, porque "as peças que fazem mover a economia estão com comportamentos muito irregulares".

No consumo, por exemplo, há "muitas dificuldades em medir qual foi realmente o impacto no consumo privado, porque por um lado é verdade que tivemos um maior consumo de supermercado e de alguns outros bens, mas tudo o resto paralisou".

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