A empresa explica em comunicado que a transação inclui cerca de 2,1 milhões de contratos de clientes da EDP Comercializadora e cerca de 400.000 da CHC, uma joint-venture entre a EDP (Energia de Portugal) e a distribuidora de eletricidade CIDE.
A transação vai permitir à Total tornar-se na quarta maior empresa do mercado espanhol no subsetor do gás, com uma quota de 12%.
A empresa portuguesa também vai transferir os 280 trabalhadores que fazem a gestão das atividades adquiridas pela companhia petrolífera francesa.
A operação é complementar à entrada da Total no mercado espanhol de energia solar em fevereiro último com uma carteira de projetos fotovoltaicos, na fase de desenvolvimento, de quase dois gigawatts e significa "continuar o crescimento na cadeia de valor integrado do gás e da eletricidade em Espanha".
Por seu lado, a filial espanhola da EDP, com sede em Oviedo (norte) de Espanha, informa, também em comunicado, que a venda dos ativos estava prevista no Plano Estratégico 2019-2022 do grupo apresentado ao mercado em março do ano passado e que previa "uma redução dos ativos de geração térmica e uma redução da exposição à volatilidade dos preços no mercado grossista".
Segundo a energética portuguesa a operação "reforça o perfil de risco reduzido da EDP, contribuindo para aumentar o peso das atividades contratadas e reguladas a longo prazo no ebitda [resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações], para acelerar a desalavancagem financeira permitindo uma ligeira melhoria dos benefícios esperados".
"Esta é uma excelente operação, que mais uma vez evidencia não só a qualidade dos nossos ativos, mas também a importância da nossa forte capacidade de desenvolvimento de projetos, uma vez que continuamos a criar valor e a otimizar a estratégia definida no nosso Plano de Negócios", declarou o presidente executivo da EDP.
António Mexia sublinhou que, após este acordo, a EDP irá manter mais de 95% do ebitda em Espanha, um dos seus "mercados estratégicos", onde continuará a investir em energias renováveis, redes, grandes clientes e novos produtos.
"Esta operação está muito de acordo com a nossa missão na transição energética, pois acrescenta flexibilidade para construir um futuro mais sustentável, um futuro que será elétrico", concluiu António Mexia.
Por seu lado, o presidente executivo da Total, Patrick Pouyanné, realçou que a compra permitirá à empresa "tornar-se um dos principais intervenientes no mercado energético espanhol, desde a importação de gás natural liquefeito (GNL) à produção de eletricidade a partir de energias renováveis e gás, bem como à venda de gás e eletricidade".
De acordo com os planos da petrolífera francesa, a partir de 2021 a empresa terá 8,5 milhões de clientes de gás e eletricidade na Europa, em linha com a ambição de atingir 10 milhões até 2025.