De acordo com um documento publicado hoje sobre o impacto das alterações climáticas nesta região, o financiamento necessário equivale a cerca de 2 ou 3% da riqueza regional e seria bem mais produtivo do que a ajuda externa para combater os efeitos e, em última análise, aumentar o crescimento económico e reduzir as desigualdades.
No capítulo das Perspetivas Económicas Regionais dedicado às alterações climáticas, hoje divulgado, o FMI diz que as necessidades de financiamento se centram entre os 30 a 50 mil milhões de dólares, cerca de 26,5 a 44 mil milhões de euros por ano, mas enfrentam dificuldades orçamentais por parte dos governos.
"Apesar dos benefícios, a adaptação financeira é desafiante para os países da África subsaariana limitados pelos constrangimentos orçamentais", lê-se no documento, que acrescenta que "muitos destes países já enfrentam uma vulnerabilidade média a elevada à dívida, que foi ainda mais agravada pelos altos custos de contenção e gestão da pandemia da covid-19".
Num artigo publicado no blog oficial do FMI, que acompanha a divulgação do capítulo, os economistas Pritha Mitra e Seung Mo Choi notam que a pandemia "é apenas a última catástrofe" a atingir a região, aumentando para 240 milhões o número de pessoas com fome numa região onde, nalguns países, mais de 70% da população enfrenta dificuldades no acesso a alimentos.
As alterações climáticas e os desastres naturais matam pelo menos mil pessoas e deixam 13 milhões vulneráveis a acidentes, perda de casa, insegurança alimentar ou sem água ou saneamento básico, diz o FMI, concluindo que estes acontecimentos causaram pelo menos 520 milhões de dólares, quase 460 milhões de euros, em danos económicos anuais.