Distribuição discorda da reabertura de shoppings em Lisboa a 15 de junho

A Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED) discordou hoje da reabertura dos centros comerciais em Lisboa em 15 de junho, considerando o adiamento "lesivo" para o retalho não alimentar, o qual tem sido "muito prejudicado".

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Lusa
05/06/2020 15:27 ‧ 05/06/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

Em comunicado, a APED "discorda da reabertura dos centros comerciais e outros espaços em Lisboa só a 15 de junho e defende que estas superfícies e as lojas de retalho especializado não alimentar nelas localizadas garantem inequivocamente a segurança dos colaboradores e consumidores, respeitando e cumprindo com as orientações em vigor".

E, embora "se verifique que esta possa ter sido apresentada pelo Governo como medida de mitigação da pandemia na zona da Grande Lisboa, a APED reitera que a reabertura das lojas localizadas em grandes espaços e centros comerciais oferece uma proteção acrescida aos consumidores, que terão assim um duplo filtro de segurança, seja no controlo à entrada destes espaços, seja na entrada das lojas".

A associação recorda que, desde o início do processo de desconfinamento, em 04 de maio, que os centros e espaços comerciais e lojas de retalho especializado têm vindo a preparar-se para a retoma da atividade.

"Abrir uma exceção para a região de Lisboa -- e num momento em que outras áreas de atividades estão autorizadas a iniciar as suas na mesma região -- agrava a situação económica de um setor que, só no retalho especializado, representa 40.000 postos de trabalho diretos em todo o país", alerta a associação.

"Esta incerteza está a prejudicar gravemente as empresas e os trabalhadores em áreas que em nada têm contribuído para a contaminação da população", salienta a APED.

"As lojas de retalho especializado localizadas em centros comerciais não podem ser discriminadas pela sua localização e desde há muito estão preparadas para a reabertura", considera o diretor-geral da APED, Gonçalo Lobo Xavier.

Este adiamento "trará sobretudo consequências para a situação financeira destes espaços e impacto na economia e na sociedade em que cada dia que passa é dramático para a sustentabilidade das empresas e dos empregos associados", conclui o responsável.

Em causa está a decisão do Governo, anunciada na quinta-feira, de adiar a reabertura dos centros comerciais da Área Metropolitana de Lisboa (AML) para 15 de junho, face à evolução dos casos de contágio por covid-19 nesta zona.

Também hoje a Associação Portuguesa de Centros Comerciais (APCC) alertou hoje para a possibilidade de falências e desemprego em resultado do adiamento da reabertura.

Os centros comerciais das restantes zonas do país reabriram em 01 de junho.

Face ao aumento de casos de covid-19 na AML, o Governo decidiu, numa primeira fase, adiar a reabertura dos centros comerciais daquela região para 04 de junho e, depois de nova avaliação, para dia 15 de junho.

 

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