Quarentenas em África e Médio Oriente ameaçam transporte aéreo, diz IATA

A Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) alertou hoje que as quarentenas nos países africanos e do Médio Oriente ameaçam o transporte aéreo, com eventuais prejuízos e falências de companhias aéreas.

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© Getty Images

Lusa
02/07/2020 18:52 ‧ 02/07/2020 por Lusa

Economia

Coronavírus

No contexto da pandemia de covid-19, os países da região suspenderam os voos comerciais para conter a propagação do novo coronavírus. Algumas companhias aéreas retomaram parcialmente as operações, mas com restrições, tais como a necessidade de os viajantes serem rastreados ou colocados em quarentena à chegada.

Mas, "as medidas de quarentena impostas pelos governos de 36 países de África e do Médio Oriente representam, só por si, 40% de todas as medidas de quarentena tomadas em todo o mundo", disse o vice-presidente de IATA para África e Médio Oriente, Mohammed al-Bakri, numa conferência de imprensa virtual.

O responsável exortou os governos a considerarem alternativas à quarentena.

De acordo com a última estimativa da IATA, divulgada hoje, as companhias aéreas do Médio Oriente deverão perder cerca de 56% das suas receitas e 55% dos passageiros este ano, em comparação com 2019.

"As perdas continuam a acumular-se, as companhias aéreas continuam a sangrar (...) Esta é uma situação anormal, não pode ser tolerada", advertiu Mohammed al-Bakri.

Por isso, o responsável instou os governos da região a prestarem assistência financeira urgente às empresas, considerando que muitas delas estão em risco de colapso.

Em junho, a Emirates, empresa sediada no Dubai e a maior do Médio Oriente, advertiu que poderia levar quatro anos a voltar ao normal.

A Qatar Airways, por seu lado, anunciou cortes de empregos ou reduções salariais para os pilotos estrangeiros.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 516 mil mortos e infetou mais de 10,71 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano é agora o que tem mais casos confirmados e mais mortes.

 

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