O Conselho de Finanças Públicas (CFP) estima que o défice vai crescer para 6,9% do produto interno bruto (PIB) este ano, incorporando o auxílio à TAP, acima das previsões de 6,5% do PIB divulgadas no relatório Perspetivas Económicas e Orçamentais no início de junho.
Isto, sublinhe-se, num cenário base, porque considerando o cenário adverso esse valor pode crescer para 9,8%, de acordo com o relatório sobre a Evolução Orçamental das Administrações Públicas até março.
"Em qualquer dos cenários, não foi admitido o auxílio financeiro do Estado à TAP. Considerando o impacto daquele apoio financeiro no saldo, a previsão do CFP para o saldo resultaria num défice de 6,9% do PIB no cenário base e de 9,8% do PIB no caso do cenário adverso, o mesmo sucedendo para a projeção da dívida que elevaria o rácio para 133,5% do PIB no cenário base e para 142,3% do PIB no cenário severo", pode ler-se.
O CFP estima uma queda do PIB entre 7,5% e 11,8% este ano devido à pandemia da Covid-19 e o início da recuperação em 2021.
Devido à "elevada incerteza e riscos inerentes" no atual contexto de pandemia, o organismo optou por apresentar dois cenários macroeconómicos, um cenário base e um cenário severo, tendo em conta o impacto das medidas de confinamento e de política económica e orçamental.
A Comissão Europeia aprovou em 10 de junho um "auxílio de emergência português" à companhia aérea TAP, um apoio estatal de 1.200 milhões de euros para responder às "necessidades imediatas de liquidez" com condições predeterminadas para o seu reembolso.