Conselho Europeu interrompido duas horas após "discussões aprofundadas"

O Conselho Europeu extraordinário sobre a resposta económica à crise da covid-19 foi interrompido esta tarde para um intervalo de duas horas, em que se realizarão encontros bilaterais, após "duas rondas de discussões exaustivas", foi hoje anunciado.

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Lusa
17/07/2020 16:59 ‧ 17/07/2020 por Lusa

Economia

Conselho Europeu

"Após duas rondas de discussões exaustivas no Conselho Europeu sobre diferentes questões relacionadas com o Quadro Financeiro Plurianual e o Fundo de Recuperação, o presidente Charles Michel solicitou um intervalo até ao jantar, às 20h00 (19h00 em Lisboa)", informou o porta-voz da estrutura numa publicação feita na sua conta oficial do Twitter.

De acordo com Barend Leyts, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, vai entretanto "organizar consultas [aos líderes] em formatos mais pequenos".

Os chefes de Governo e de Estado da UE estão a partir de hoje reunidos em busca de um compromisso sobre o plano de relançamento face à crise da covid-19 que todos admitem ser urgente, mas um acordo afigura-se difícil de alcançar.

No primeiro Conselho Europeu presencial dos últimos cinco meses -- a anterior cimeira "física" teve lugar em fevereiro, antes da chegada da pandemia da covid-19 à Europa --, e que deverá prolongar-se pelo menos até sábado, os 27 terão de ultrapassar as muitas diferenças que ainda os separam relativamente às propostas de um Fundo de Recuperação e do orçamento da União para 2021-2027.

A fasquia é alta: aprovar o Quadro Financeiro Plurianual, o orçamento da UE para 2021-2027, de 1,07 biliões de euros, e o Fundo de Recuperação pós-pandemia que lhe está associado, de 750 mil milhões de euros.

Parece haver acordo entre todos os 27 quanto à necessidade de uma resposta urgente à crise, mas as posições quanto às modalidades dessa resposta estão afastadas e, admitem vários dirigentes europeus, o consenso exigido está longe de adquirido e esta pode não ser a cimeira que aprova o orçamento.

Isto porque persistem grandes divergências quanto à distribuição das verbas do fundo de recuperação, que a proposta da Comissão Europeia prevê sejam canalizados em dois terços (500 mil milhões de euros) através de subvenções e um terço (250 mil milhões de euros) de empréstimos em condições muito favoráveis.

Os chamados "países frugais" -- Holanda, Áustria, Dinamarca e Suécia e, em menor grau, a Finlândia - opõem-se à proporção de verbas canalizadas sob a forma de subvenções, defendendo uma maior proporção de verbas por empréstimo e que os fundos sejam condicionados à realização de reformas, que permitam aos países em pior situação fazer face a futuras crises sem ajuda europeia.

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