Medidas causaram défice orçamental de 2,2% na zona euro no 1.º trimestre
As medidas restritivas da Europa para conter o surto de Covid-19 levaram a um défice orçamental de 2,2% do PIB na zona euro no primeiro trimestre deste ano, o mais elevado desde 2015, anunciou hoje o Eurostat.
© Lusa
Economia Covid-19
Dados hoje divulgados pelo gabinete de estatísticas comunitário, o Eurostat, revelam que, "no primeiro trimestre de 2020, quando as medidas de contenção da Covid-19 começaram a ser amplamente introduzidas pelos Estados-membros", o défice orçamental fixou-se em 2,2% na zona euro e 2,3% na União Europeia (UE).
Estas percentagens comparam com um défice orçamental de 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) na zona euro no primeiro trimestre de 2019 e de 0,4% do PIB no conjunto da UE, isto em termos homólogos.
Já na variação em cadeia, no último trimestre de 2019, registou-se um défice orçamental de 0,7% do PIB, tanto na zona euro como no conjunto da UE.
De acordo com o Eurostat, neste primeiro trimestre de 2020 houve, assim, "um aumento acentuado" no défice orçamental, tanto nos 19 países do euro como no total dos 27 Estados-membros.
Acresce que o défice orçamental destes primeiros três meses do ano na zona euro traduz-se no "mais elevado registado na área do euro desde o segundo trimestre de 2015", conclui o Eurostat.
No caso de Portugal, verificou-se um défice orçamental de 1,1% do PIB no primeiro trimestre de 2020, contra um excedente de 0,2% no mesmo período de 2019.
O Eurostat dá ainda conta de que, no primeiro trimestre de 2020, a despesa governamental total na zona euro subiu para 49,2% do PIB, face aos 47,1% do PIB do trimestre anterior e aos 46,9% do período homólogo de 2019.
As receitas governamentais totais também subiram na zona euro, ascendendo a 47% do PIB, aumentando face ao trimestre anterior e ao período homólogo de 2019 (fixou-se em ambos em 46,4% do PIB).
Tendência semelhante se verificou no conjunto da UE, no qual a receita total dos governos aumentou para 46,3% do PIB no primeiro trimestre de 2020, acontecendo o mesmo com a despesa governamental total, que se fixou em 48,6% do PIB.
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