Taxa de desemprego em Macau ascende a 3%, com impacto no turismo

A taxa de desemprego em Macau já ultrapassou os 3%, com impacto sobretudo no turismo, pilar da economia e gravemente afetado devido à pandemia da covid-19, disse hoje à Lusa a diretora dos Serviços de Turismo.

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Lusa
22/07/2020 11:37 ‧ 22/07/2020 por Lusa

Economia

Covid-19

"A taxa de desemprego em Macau subiu durante os últimos meses", afirmou Maria Helena de Senna Fernandes, em entrevista à Lusa.

"Sabemos nós que agora já ultrapassou os 3%", revelou, esperando que os dados não piorem no território que sofre dos efeitos socioeconómicos causados pela pandemia desde meados de janeiro de 2020.

Os últimos dados oficiais das autoridades de Macau, em finais de junho, apontavam para uma taxa de desemprego até maio de 2,4%, sendo que os números agora revelados pela responsável da diretora dos Serviços de Turismo (DST) representam uma subida de mais de 0,6 pontos percentuais.

"Tivemos durante muito anos taxas de desemprego com menos de 2% e esta subida já é violenta para muita gente", sublinhou Maria Helena de Senna Fernandes, acrescentando que "todos os setores foram afetados desta vez".

No setor do turismo, detalhou, houve um grande efeito, porque está praticamente parado há mais de seis meses.

"Agências de viagens, guias turísticos, condutores de autocarros de turismo. Toda esta gente quase não teve possibilidade de ter qualquer emprego durante vários meses", disse.

Recomeçar o setor do turismo, principalmente através do mercado interno, tem sido o objetivo do Governo de Macau, que, com os vistos individuais chineses suspensos (o mercado turístico de eleição), vê-se agora obrigado a focar-se no consumo dos próprios residentes para alavancar o setor chave de Macau que acolheu em 2019 quase 40 milhões de visitantes.

As autoridades de Macau, recordou Maria Helena de Senna Fernandes, ofereceram cartões de consumo aos residentes de Macau, uma medida criada para relançar a economia.

Um primeiro montante de três mil patacas (330 euros) foi atribuído aos mais de 600 mil residentes, para ser gasto em maio, junho e julho. A partir de agosto, os residentes voltam a receber mais cinco mil patacas (550 euros).

"Vai ajudar o setor em grande", apostou a responsável, salientando que o principal beneficiário foi o setor da restauração.

Com as fronteiras ainda praticamente encerradas para visitantes, o Governo de Macau lançou também, a 05 de junho, a aplicação 'Macau Ready Go', que integra as promoções oferecidas por várias indústrias, empresas e lojas de Macau.

Em paralelo, está em vigor a isenção do imposto turístico durante seis meses e foi criado o plano de turismo doméstico "Vamos Macau", que contempla 25 roteiros, 13 comunitários e 12 de lazer, com os residentes a receberem 560 patacas (62 euros) caso participem em duas excursões.

Uma campanha que vai "até finais de setembro", afirmou a diretora da DST, data em que espera que o turismo proveniente do exterior possa recomeçar. "Julgo que a partir daí vamos ter turistas a voltar", afirmou.

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