Do assédio ao populismo: Media na Europa enfrentam múltiplas ameaças
Os media na Europa enfrentam múltiplas ameaças, como o aumento do assédio a jornalistas, nomeadamente por políticos, a crescente incerteza económica e a esfera do 'online' a falhar o reforço do pluralismo, segundo o estudo Media Pluralism Monitor (MPM2020).
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Economia Media
O Instituto Universitário Europeu (European University Institute - EUI, em inglês) divulgou hoje o seu novo relatório, que foi atualizado para a Era Digital com a inclusão de vários indicadores e variáveis relacionadas com a transformação digital da comunicação social.
"O estudo confirma a tendência observada no setor dos media nos últimos anos: os jornalistas são cada vez mais vítimas de assédio, a sustentabilidade da indústria de notícias está em risco por toda a Europa, enquanto o papel de guardião ['gatekeeping'] das plataformas digitais está em ascensão", lê-se no comunicado sobre o estudo.
O relatório do MPM2020 visa documentar com dados os riscos que existem para o pluralismo dos media nos Estados-membros da União Europeia, incluindo Reino Unido, bem como países candidatos, Turquia, e, pela primeira vez, na Albânia, ao longo de 2018 e 2019, com base num conjunto de 200 variáveis organizadas em 20 indicadores.
"Nenhum dos países analisados está livre dos riscos para o pluralismo dos media", refere o relatório.
"Os assassinatos de Jan Kuciak and Martina Kusnírová na Eslováquia e de Lyra McKee no Norte da Irlanda e de Viktorija Marinova na Bulgária, infelizmente, confirmam que a Europa não está imune dos horrendos crimes contra jornalistas", salienta.
"Ameaças e assédio a jornalistas estão cada vez mais a acontecer na esfera 'online' e, especialmente, contra jornalistas do sexo feminino e isso pode ter um efeito" de 'congelar' "a liberdade de expressão dos jornalistas e a sua capacidade de continuar o seu trabalho de forma ilesa", refere o professor Pier Luigi Parcu, diretor do centro para o pluralismo e liberdade dos media do EUI, citado no comunicado.
"Mais preocupante é a potencial normalização de ameaças contra jornalistas por parte de políticos, aqueles que estão em melhor posição para promover um ambiente favorável" aos profissionais de comunicação social, acrescentou.
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