"É absolutamente indispensável que o Governo possa ser um farol de estabilidade", disse Pedro Siza Vieira, ao enfatizar o papel que cabe ao PS e ao executivo no apoio ao relançamento da economia nacional.
O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital intervinha na conferência de dirigentes nacionais e regionais do PS, sobre a recuperação do país face aos impactos negativos da pandemia da covid-19, realizada em Coimbra, no Convento de São Francisco, com a presença do secretário-geral do partido e primeiro-ministro, António Costa.
Depois dos impactos da pandemia, a economia tenderá a "aproximar-se daquilo que foi", contudo, "este crescimento económico vai ser menos intenso" do que era em março, quando o novo coronavírus detetado em dezembro na cidade de Wuhan, na China, chegou a Portugal, anteviu.
"Os próximos tempos serão de ressaca. Muitas empresas não conseguirão sobreviver e muitos empregos se perderão", alertou o ministro da Economia, orador do debate "Recuperar Portugal", em que também interveio a sua homóloga do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho.
Ao fazer uma comparação com a crise internacional que eclodiu em 2018, Pedro Siza Vieira enfatizou que, "desta vez, a União Europeia deu uma resposta à altura" da complexidade dos novos problemas sociais, económicos e financeiros, o que, na sua opinião, não se verificou nessa época.
O membro do Governo foi ovacionado quando, neste contexto, elogiou o papel de António Costa "na construção desta solução" com outros líderes europeus.
A anterior crise deu "muitas lições" que poderão "ajudar a resolver" as situações problemáticas criadas pela covid-19, vaticinou.
"É uma crise difícil", no entanto, "vamos construir uma sociedade mais próspera e mais justa", acentuou Pedro Siza Vieira, antes de subir à tribuna o presidente do PS da Madeira, Paulo Cafôfo, deputado à Assembleia Legislativa desta região autónoma.
Na ótica do ministro da Economia, "o desemprego vai crescer, mas ficará abaixo da crise anterior".
Por sua vez, Ana Mendes Godinho defendeu que "estes tempos exigem mais mudança", já que a pandemia afetou as pessoas "de forma desigual".
"Este é o tempo de tornar emergente a necessidade de acelerarmos as nossas prioridades", sublinhou.
A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social enfatizou a importância de "quebrar ciclos de subqualificação e ciclos de pobreza" e de construir soluções com base num "efetivo diálogo social".
"Os trabalhadores, na paz social, têm de ser parte ativa da solução", tendo em conta que "a alternativa à paz social é a rutura", disse.
Para Ana Mendes Godinho, a atual pandemia "mostrou que é possível responder em tempo recorde às necessidades das pessoas e das empresas" do país.
"Temos pela frente uma revolução estrutural e tecnológica na Segurança Social", afirmou ainda, a concluir a sua intervenção.