Alexandre Fonseca falava num encontro com jornalistas em Lisboa, em Picoas, onde assinalou o "marco histórico" e a "liderança incontestável nos serviços de comunicações em Portugal".
Questionado sobre o nível de investimento no mercado português, o gestor afirmou que tal "vai depender do ambiente regulatório em Portugal".
"O nosso investimento", acrescentou, tem de ser "diretamente proporcional à capacidade de gerar valor em Portugal".
"A nossa capacidade de investimento já ficou provada, agora há uma coisa muito importante, a quantidade de investimento que iremos colocar no terreno também vai depender, em boa parte, do ambiente económico e regulatório que tenhamos em Portugal. Não é possível fazer investimentos desta dimensão [uma média de 500 milhões de euros por ano] e continuar a ter um ambiente regulatório que destrói valor", disse.
"Qualquer acionista questiona o investimento num país quando o ambiente regulatório é adverso e hoje Portugal, penso que é unânime (...), que o ambiente regulatório nas telecomunicações é hostil", apontou o presidente executivo da dona da Meo.
A Altice Portugal antecipou a meta de 5,3 milhões de casas com fibra ótica em 2020 no segundo trimestre.
"Este marco" - de 5,3 milhões de casas com fibra ótica - "era atingir este número, a partir de agora o nosso investimento não está balizado numa lógica de projeto para atingir um número concreto, vamos continuar a investir à medida que vamos deparando com bolsas no território português que carecem ainda de investimento", prosseguiu.
"Uma das questões que nós também aguardamos, e acho que é relevante e o momento de construção do próprio Orçamento do Estado também será relevante, é percebermos de que forma" a cobertura de serviços de telecomunicações em todo o país "vai ser concretizado", salientou.
"A continuidade do investimento vai com certeza acontecer, não temos um número concreto, mas é agora muito importante que haja agora uma estratégia nacional para permitir" investimento em zonas do território onde não há retorno do montante investido.
Alexandre Fonseca disse que é preciso perceber "de que forma existirão alguns incentivos ao investimento privado ou algum tipo de coinvestimento público e privado para permitir" que se chegue "aos seis milhões" de casas com fibra.
[Notícia atualizada às 15h49]