Contestação à aposta no hidrogénio verde carece de "adesão à realidade"

O presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN), Pedro Amaral Jorge, defendeu hoje que há algumas opiniões contra a estratégia para o hidrogénio que são "desinformadas" e sem "adesão à realidade".

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© APREN

Lusa
01/10/2020 09:00 ‧ 01/10/2020 por Lusa

Economia

hidrogénio

"Nós temos defendido sempre que a eletrificação indireta através do hidrogénio verde deve acontecer, mas temos ouvido algumas opiniões que, às vezes, carecem um bocadinho de adesão a realidade", apontou à Lusa o dirigente da APREN.

Pedro Amaral Jorge reiterou que a associação que representa as renováveis defende a utilização de hidrogénio verde, ou seja, obtido através da eletrólise da água (decomposição de água em oxigénio e hidrogénio, provocada pela passagem de uma corrente elétrica), com recurso a eletricidade renovável, tendo até dado contributos para a elaboração da Estratégia Nacional para o Hidrogénio(EN-H2).

Assim, a APREN considera que opiniões que defendem que Portugal deveria utilizar os fundos europeus para apostar em outros recursos, "são um bocadinho desinformadas, em algumas situações", até porque o hidrogénio era já um produto consumido na petroquímica e na indústria.

"O que nós estamos aqui a tentar fazer é levar o hidrogénio à mobilidade elétrica, através das células de combustível. É, no fundo, à diluição do gás natural e reduzir as emissões de CO2 [dióxido de carbono], bem como levá-lo aos processos industriais naqueles setores em que a eletrificação direta é muito difícil, como a fundição, as cimenteiras, os transportes marítimos e os aéreos", explicou.

Relativamente à incorporação de hidrogénio verde na rede de gás natural, Pedro Amaral Jorge assegurou que se trata de um processo comprovado do ponto de vista de engenharia e que, para os próximos anos, está prevista uma incorporação de hidrogénio de apenas 5%, o que significa que, quer a rede, quer os sistemas de queima daquele gás misturado estão "perfeitamente adaptados".

A APREN vai promover, nos dias 06 e 07 de outubro, a sua conferência anual 'Portugal Renewable Energy Summit' 2020, com participação em modo remoto e emissão em direto a partir da Culturgest, em Lisboa, para debater as mudanças que aconteceram em 2019 e 2020 ao nível das diretivas europeias no Pacto Ecológico Europeu ('green deal'), na lei do clima, na transição energética e na reindustrialização da Europa.

De acordo com o presidente da APREN, a ideia é "debater estes temas quer ao nível macro da União Europeia, quer ao nível nacional", bem como questões sobre os títulos de reserva de capacidade energética e o acesso à rede pública, o hidrogénio nas suas diversas vertentes, entre outros temas.

 

 

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