Leão mais pessimista do que Centeno antecipa PIB nos 8,5% este ano
O Ministério das Finanças prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) caia 8,5% este ano, uma previsão mais pessimista do que a divulgada pelo Banco de Portugal (BdP) na semana passada (8,1%).
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Economia OE2021
No relatório que acompanha a proposta de lei do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021), o Governo fala de uma "forte contração" em 2020, e piora as previsões do Orçamento Suplementar (-6,9%) em termos de evolução económica, "resultado de uma quebra mais acentuada, face ao então estimado, nas componentes do consumo privado e exportações, assim como de uma contração do consumo público".
As previsões divulgadas na segunda-feira pelo ministério liderado por João Leão contrastam com as divulgadas na semana passada pelo Banco de Portugal, agora liderado pelo ex-ministro Mário Centeno, seu antecessor, que aponta para uma queda de 8,1% do PIB em 2020.
"Os efeitos adversos da pandemia refletiram-se numa forte contração do PIB na primeira metade do ano, de 9,4% em termos homólogos reais (que compara com um crescimento de 2,3% no mesmo período do ano anterior)", pode ler-se no documento divulgado na segunda-feira à noite pelo Governo.
As Finanças relembram que "a redução da atividade económica foi mais intensa no segundo trimestre, registando-se uma queda do PIB sem precedentes na história recente, de 16,3%", devido à pandemia de covid-19.
No primeiro semestre, a contração do PIB "deveu-se a uma redução da procura interna (-6,5 p.p.) e, em menor grau, a uma diminuição do contributo da procura externa líquida (-2,8 p.p.)".
"A evolução da procura interna foi essencialmente determinada por uma contração do consumo privado (-7,9%), assim como por uma queda do investimento (-4,7%), observando-se uma ligeira diminuição do consumo público (-1,4%)", esta última associada à quantificação estatística, que tem em conta as horas trabalhadas (que, devido à redução de atividade económica, diminuíram).
O Governo antecipa que no segundo trimestre do ano "o contributo da procura interna deverá manter-se negativo, prevendo-se uma contração mais severa do investimento e uma queda menos intensa do consumo privado, parcialmente compensada por um aumento do consumo público".
"O impacto da pandemia foi deveras distinto nos diferentes setores de atividade, registando-se no primeiro semestre, uma quebra acentuada no valor acrescentado bruto do setor do comércio, alojamento e restauração (-16,7% face ao período homólogo) e no setor da indústria (-13,8%), superiores às registadas nos restantes serviços (-5,6%) e que divergem do crescimento observado no setor da construção (2,2%)", pode ler-se no relatório que acompanha a proposta de lei do OE2021.
Desta forma, "o PIB em Portugal deverá reduzir-se 8,5% neste ano", uma quebra "explicada por uma redução tanto do contributo da procura interna (-6,6 p.p.), como da procura externa líquida (-1,9 p.p.)".
[Notícia atualizada às 1h38]
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