O líder da UGT, Carlos Silva, disse esta terça-feira que a central sindical apoia um possível Estado de Emergência, desde que o mesmo não feche a economia e não prejudique os trabalhadores, nomeadamente ao nível dos salários.
"A nossa posição é favorável ao Estado de Emergência que não feche a economia e que não prejudique os trabalhadores deste país, nomeadamente em situação idêntica ao lay-off. Não queremos mais cortes salariais", referiu Carlos Silva, à saída de uma audiência com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.
Acerca do horário de encerramento dos estabelecimentos, Carlos Silva considera que é uma "boa medida", quando comparada com outras mais restritivas que estão a ser adotadas por outros países europeus.
No entanto, alertou que "há medidas que estão a ser implementadas em cima do joelho", referindo-se ao teletrabalho, que não foi falado entre os parceiros sociais na sexta-feira, mas no domingo o Governo pediu um parecer à UGT sobre o tema.
Porém, considera que as medidas do teletrabalho "parecem positivas", porque o decreto-lei prevê medidas que a UGT defende, como por exemplo o pagamento do subsídio de refeição.
"O apelo que nós aqui lançamos ao Presidente da República e ao país é a necessidade de toda a gente se articular da melhor forma possível para se responder à pandemia", disse ainda o líder da UGT.
Sobre a Fórmula 1, Carlos Silva deixou ainda a nota que o "Governo deu um mau exemplo na altura em que autorizou 27.5000 pessoas em Portimão", disse ainda Carlos Silva, adiantando que transmitiu esta opinião ao Presidente da República.
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recebe os parceiros sociais entre terça e quarta-feira, depois de na segunda-feira ter ouvido os nove partidos com assento parlamentar sobre um eventual Estado de Emergência.
De acordo com a Constituição, compete ao Presidente da República declarar o Estado de Emergência, no todo ou em parte do território nacional, mas para isso tem de ouvir o Governo e de ter autorização da Assembleia da República.