Esta é uma das medidas que consta da Estratégia Nacional para os Pagamentos de Retalho, para o horizonte 2022, hoje divulgada pelo BdP, produzida na sequência do trabalho desenvolvido pelo Fórum para os Sistemas de Pagamentos (FSP), a estrutura consultiva do regulador nesta área, que reúne os principais intervenientes nacionais na oferta e na procura de serviços de pagamento.
Segundo o documento, as entidades que emitem os cartões terão até dezembro de 2020 para incorporar a tecnologia 'contactless' nos novos cartões de pagamento emitidos e promover a sua ativação pelos utilizadores.
Neste momento, cerca de 50% do parque de cartões dispõe já desta tecnologia, pelo que se estima que dentro de três anos a totalidade dos cartões tenha 'contactless'.
A partir de 2021, o foco irá abranger os terminais de pagamento automático (TPA), prevendo a estratégia que a tecnologia 'contactless' passe a ser incorporada nestes TPA ou garantir a sua ativação, no caso dos que já dispõem desta tecnologia.
Os dados disponíveis indicam que atualmente cerca de metade dos TPA já aceitam 'contactless' com cartões de pagamento e também aqui a expectativa do BdP é que no horizonte de dois a três anos, todos estes terminais disponham desta tecnologia.
Os pagamentos em regime de 'contactless' (ou seja, sem ser necessário inserir o cartão e digitar o respetivo código) são possíveis para compras até 50 euros -- valor fixado na sequência da pandemia como forma de evitar os contactos com as teclas dos TPA.
Até ao início deste ano, as operações com 'contactless' cresciam a um ritmo considerado lento, mas a situação mudou com a pandemia e representam já 30% das compras efetuadas com cartão.
"A pandemia de covid-19 trouxe uma maior consciencialização, quer por parte dos comerciantes, quer dos utilizadores, quanto à conveniência desta tecnologia, refletindo-se na sua maior utilização e deixando antever uma alteração dos hábitos de pagamento para o futuro", refere o documento.
A "Estratégia Nacional para os Pagamentos de Retalho | Horizonte 2022", visa contribuir para a implementação de soluções de "pagamentos seguras, eficientes e inovadoras no mercado português, promovendo a sua acessibilidade generalizada", assentando em quatro pilares, nomeadamente promover uma sociedade mais informada, potenciar os benefícios da transformação digital, adotar soluções de pagamento mais seguras e contribuir para um enquadramento regulamentar que promova a inovação e eficiência.