A forte pressão de prazos ou a sobrecarga de trabalhos afetam 43,1% da população empregada, de acordo com os dados divulgados, esta quarta-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Além disso, mais de metade dos trabalhadores (54%) indicaram que estavam expostas a um fator de risco para a saúde mental no seu local de trabalho.
Este ano, 165,1 milhares de pessoas dos 15 aos 74 anos empregadas no 2.º trimestre ou nos doze meses anteriores, referiram ter tido pelo menos um acidente de trabalho durante esse período, representando 3,2% da população empregada. Em 2013, esta percentagem foi 4,0%.
"A ocorrência de acidentes de trabalho continua a ser referida principalmente por pessoas dos 35 aos 44 anos (3,5%) e mais por homens (3,7%) que por mulheres (2,6%)", revela o INE.
Este ano, porém, os trabalhadores da construção já não são os mais afetados pela ocorrência de acidentes de trabalho nos doze meses anteriores à entrevista, registando-se uma diminuição do risco de acidentes nesta atividade, de 5,8% em 2013 para 4,0%.
Por outro lado, este ano o risco de acidente afetava principalmente e equitativamente os trabalhadores da agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca e os das indústrias extrativas, transformadoras e produção e distribuição de eletricidade, gás e água, com 4,3% em ambos os casos, segundo o INE.
Mais de metade dos trabalhadores expostos a um fator de risco para a saúde mental
O relatório do INE revela também que 54% das pessoas empregadas na semana de referência indicaram que estavam expostas a um fator de risco para a saúde mental no seu local de trabalho, mais 17,2 p.p. que em 2013.
"Estes fatores afetavam em 2020 ligeiramente mais mulheres (54,8%) que homens (53,3%) e mais frequentemente os grupos etários dos 35 aos 54 anos", pode ler-se.
Do ponto de vista regional, o Alentejo foi onde mais pessoas referiram a exposição a estes fatores, 56,7%, situando-se no outro extremo a Região Autónoma da Madeira, 51,2%.