Temos "coletivamente consciência" que tecnologias aceleram transformação
O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, afirmou hoje que Portugal tem coletivamente a consciência de que as tecnologias digitais são "seguramente a forma de acelerar a transformação que se ambiciona para o país", numa altura em que há recursos.
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Economia Siza Vieira
Pedro Siza Vieira falava na cerimónia de assinatura, em Lisboa, do memorando de entendimento entre a Microsoft e o Governo para acelerar a recuperação económica.
"Esta altura conjuga-se com a possibilidade de dispormos de recursos para investirmos significativamente nesta transformação", disse Siza Vieira, acrescentando que "a população, as empresas e a economia tomaram a consciência da importância das tecnologias digitais neste novo tempo".
Nesse sentido, "no início deste ano tínhamos [o Governo] a avaliação de que cerca de 24% dos portugueses nunca tinham utilizado a internet e no último inquérito que pudemos realizar já só 19% da população nunca tinha utilizado a internet", realçou.
Além disso, "aumentou drasticamente o número de empresas com presença digital de 40% para 60% e aumentou significativamente o número de portugueses que fazem compras online e sobretudo que o fazem de uma forma regular", frisou o governante, lembrando que os pagamentos à distância aumentaram e as compras online a empresas portuguesas também registaram um crescimento.
Quanto aos recursos financeiros, Siza Vieira, disse que o Plano de Recuperação e Resiliência, que a União Europeia pede a todos os países membros que aprovem para fazer recurso aos novos fundos europeus para responder à pandemia, reserva em toda a Europa 20% daquilo que é o envelope financeiro nacional para investimento na transformação digital.
"Portugal teve a oportunidade de apresentar à Comissão Europeia o seu primeiro esboço de recuperação nacional onde efetivamente conta financiar reformas que visem a capacitação das pessoas, a transformação das empresas e a inovação na administração pública", salientou o governante.
Com este memorando, a Microsoft e o Governo português procuram investir na capacitação das pessoas, na capacitação dos recursos humanos da administração pública e na transformação do tecido empresarial, disse Siza Vieira, adiantando que é "um exemplo de um modo de trabalhar" que se tem procurado assegurar que "se concretize em vários setores".
Este memorando "é, sem dúvida, mais um compromisso e acima de tudo mais um desafio em que sabemos que mais do que nunca precisamos de facto de capacitar o país para aquilo que são os desafios nesta era que sabemos que é cada vez mais digital e que vivemos um momento em que essa recuperação económica vai precisar disso, competências, inovação e da possibilidade de todas as empresas portuguesas se adaptarem a esta nova realidade", disse a diretora-geral da Microsoft Portugal, Paula Panarra, por sua vez, no final da cerimónia à Lusa.
O secretário de Estado da Transformação Digital, André de Aragão de Azevedo, por sua vez, afirmou à Lusa que se trata de uma parceria tecnológica, que tem sido feita com várias empresas que são lideres nesta área, acrescentando que "não é possível" imaginar-se a transformação digital sem se ter "um envolvimento do setor privado", "não é possível fazer a transição digital só com políticas públicas" e que a transição digital implica que "todos os parceiros assumam a sua quota parte".
A Microsoft assinou hoje um memorando de entendimento com o Governo para acelerar a recuperação económica, segundo o qual prevê investir até um milhão de euros na criação do programa "Highway to 5 Unicorns", apoiando cinco 'startups' portuguesas.
A tecnológica prevê ainda contratar 300 pessoas, num total de 1.500 colaboradores na Microsoft Portugal.
A parceria estratégica para o setor digital estabelecida hoje com o Governo português visa "reforçar a estratégia de transição digital do país nos setores público e privado e acelerar a recuperação económica do mercado nacional", refere a tecnológica, em comunicado.
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