A crise gerada pela pandemia levou a que o défice orçamental do terceiro trimestre do ano se situasse em 3,8% do produto interno bruto (PIB), de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta quarta-feira. Olhando para os primeiros nove meses do ano, o défice cresceu para 4,9% do PIB.
"O saldo do setor das Administrações Públicas (AP) reduziu-se em 2,1 p.p. no ano terminado no 3.º trimestre de 2020, representando uma necessidade de financiamento de 4% do PIB. Tomando como referência valores trimestrais e não o ano acabado no trimestre, o saldo das AP no 3º trimestre de 2020 atingiu -1.975,6 milhões de euros (-3,8% do PIB, o que compara com -10,5% no trimestre anterior)", pode ler-se no relatório do INE.
Se olharmos para o período entre janeiro e setembro, ou seja, os primeiros nove meses do ano, o défice foi de 4,9% do PIB, valor que compara com os 0,7% em igual período de 2019.
"Considerando o conjunto dos três primeiros trimestres de 2020, o saldo das AP fixou-se em -4,9% do PIB (0,7% em igual período de 2019)", pode ler-se no relatório da agência de estatísticas.
Em setembro, recorde-se, o INE revelou que o défice situou-se em 5,4% do PIB no primeiro semestre deste ano, em contas nacionais, acima dos 1,2% registados no período homólogo de 2019. No segundo trimestre do ano, período que ficou mais marcado pelas medidas para conter a propagação do novo coronavírus, o défice cresceu para 10,5%, ainda segundo o INE.
O que prevê o Governo?
O Governo estima que o saldo orçamental em 2020 seja um défice de 7,3% do PIB, prevendo que no próximo ano baixe para 4,3%, segundo o relatório do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021).
Para 2022, o Ministério das Finanças, liderado por João Leão, já prevê levar o défice das contas públicas nacionais abaixo do limiar de 3% normalmente imposto pela Comissão Europeia, chegando aos 2,8% do PIB.