"A PRO.VAR vai pedir ao Governo que crie uma regulamentação, bem à semelhança do que irá acontecer aos supermercados, na limitação de venda de alguns artigos, pedindo que se proíba a venda de refeições prontas fora dos espaços de restauração que estejam devidamente autorizados para a sua confeção", lê-se num comunicado enviado às redações.
Em causa estão não só os supermercados com serviço de 'take-away', mas também cafés e pastelarias, que não deveriam confecionar refeições, e até talhos e bombas de gasolina, explicou à Lusa o presidente da associação.
"Numa situação em que a restauração está sujeita a uma restrição tal que é esta de não poder trabalhar, não poder abrir a sala, confronta-se aqui com um problema grave", sublinhou Daniel Serra.
Para o presidente da PRO.VAR, a situação já era grave antes da pandemia da covid-19, sobretudo em relação aos supermercados, que desde que estabeleceram serviços de refeições 'take-away' passaram a representar uma concorrência desleal ao setor da restauração.
O problema agravou-se com as medidas restritivas impostas para combater a pandemia da covid-19, com outros espaços a readaptarem-se e passarem também a disponibilizar esse serviço.
"Isso denota aqui uma oportunidade de negócio que estão a aproveitar, mas que no fundo é um ganho acrescido que podia ser dado à restauração, e isso é uma injustiça muito grande quando a restauração está a lutar por sobreviver, e vê aqui todo um conjunto de empresas a aproveitarem-se disso", lamentou Daniel Serra.
A situação é caracterizada pela associação como "a maior agressão alguma vez feita ao setor da restauração" e uma "anarquia total", em que "tudo virou restaurante".
A isto, acresce ainda a insuficiência de apoios do Estado face às perdas que os restaurantes têm enfrentado nos últimos meses.
No novo confinamento geral, que entrou em vigor às 00:00 de sexta-feira, os restaurantes e cafés funcionam exclusivamente para efeitos de atividade de confeção destinada a consumo fora do estabelecimento, através de entrega ao domicílio ou 'take-away'.
Na quinta-feira, o ministro de Estado e da Economia, Pedro Siza Vieira, anunciou que os supermercados e hipermercados vão ficar impedidos, a partir da próxima semana, de vender artigos não alimentares, como roupa, livros e objetos de decoração, ou seja, artigos vendidos em lojas que foram obrigadas a encerrar no novo confinamento.
Leia Também: AO MINUTO: Confinamento "é para levar a sério". Comissários em isolamento