A quantidade de horas de trabalho à escala mundial diminuiu 8,8% em relação ao quarto trimestre de 2019, o equivalente a 255 milhões de empregos a tempo inteiro, cerca de quatro vezes mais do que provocou a crise financeira mundial de 2009, de acordo com um relatório sobre o impacto da pandemia no mercado de trabalho, elaborado pelo Observatório da OIT.
A diminuição "sem precedentes" das horas de trabalho afetou 114 milhões de pessoas.
"Houve uma saída do mercado de trabalho por não poder trabalhar, provavelmente devido às restrições da pandemia, ou porque as pessoas afetadas deixaram de procurar trabalho. A análise do desemprego, por si só, subestima drasticamente o impacto da Covid-19 no mercado de trabalho", indica a OIT.
Segundo o relatório, as perdas generalizadas provocaram também, uma diminuição de 8,3% nos salários provenientes do trabalho antes de se começarem a aplicar as medidas de apoio para garantir os ordenados, o que equivale a 3.700 milhões de dólares (3.959 milhões de euros), ou a 4,4% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial.
As mulheres, prossegue a OIT, foram mais afetadas que os homens pelas consequências da pandemia no mercado de trabalho. À escala mundial, a taxa de ocupação do trabalho das mulheres diminuiu cerca de 5%, enquanto na dos homens baixou 3,9.