O Ministério das Finanças admite rever em baixa as previsões económicas para este ano, perante uma segunda vaga "mais intensa" do que o previsto, comeste novo confinamento.
"A segunda vaga da pandemia, mais intensa do que o esperado, e as medidas restritivas de confinamento associadas, com maiores apoios ao rendimento das famílias e às empresas, deverão conduzir a uma revisão em baixa do cenário macroeconómico e do saldo orçamental para 2021", refere o Ministério das Finanças, em comunicado.
Na proposta de Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) que entregou no parlamento em outubro, o Governo aponta para um défice orçamental de 4,3% em 2021, estimando ainda que a economia cresça 5,4%, depois de em 2020 ter entrado em terreno negativo.
Ainda assim, os dados da execução orçamental divulgados esta quarta-feiralevam o Governo a acreditar que o défice em contas nacionais de 2020 deverá ficar abaixo dos 7,3%.
"A evolução mais positiva do emprego, com reflexo na receita fiscal e contributiva permite-nos antecipar que o défice orçamental em contas nacionais de 2020 deverá ficar abaixo dos 7,3% previstos no Orçamento do Estado para 2021, devendo ficar mais próximo do valor inicialmente previsto no Orçamento Suplementar de 2020", acrescenta a tutela.
O Ministério das Finanças reconhece que "apesar do impacto muito acentuado da crise pandémica na economia em 2020,o comportamento do mercado de trabalho foi bastante mais favorável do que o previsto, o que deverá ter um impacto positivo nas contas públicas".
O défice das Administrações Públicas em contabilidade pública, no ano de 2020,situou-se nos 10.320 milhões de euros, um agravamento de 9.704 milhões de euros face a 2019, explicado pelapandemiadaCovid-19, revelou, esta quarta-feira, o Ministério das Finanças, no comunicado que antecede a execução orçamental daDireção-Geral do Orçamento (DGO).