Queda do PIB "muito menos" drástica do que a esperada dá confiança

O ministro da Economia disse hoje que a queda de 7,6% do PIB em 2020 foi "muito menos" drástica do que o antecipado, o que dá confiança para este ano, apesar das "grandes dificuldades" esperadas.

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Lusa
02/02/2021 13:13 ‧ 02/02/2021 por Lusa

Economia

Siza Vieira

"No conjunto do ano tivemos uma quebra muito significativa de 7,6% relativamente ao ano de 2019, mas, ainda assim, muito menos drástico do que aquilo que todas as instituições iam antecipando e mesmo do que as próprias projeções do Governo", disse o ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital, Pedro Siza Vieira, em reação aos dados hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Estes dados dão conta de uma contração de 7,6% do Produto Interno Bruto (PIB) português em 2020, após uma contração de 5,9% no quarto trimestre.

"No início de 2021, um ano que se apresenta, ao mesmo tempo, como um ano de esperança relativamente ao nosso crescimento, mas também de grandes dificuldades inerentes ao crescimento desta terceira vaga da pandemia, estes dados acalentam a nossa confiança e permitem-nos continuar a apelar à mobilização das empresas, dos trabalhadores, no sentido de assegurarmos que atravessamos da melhor maneira possível este período tão difícil", acrescentou o governante.

Relativamente ao desempenho da economia no último trimestre de 2020, os dados do INE dão conta de um crescimento de 0,4%, "o melhor dos desempenhos de toda a zona euro, relativamente aos países que já são conhecidos", destacou Siza Vieira.

"Aquilo que explica o comportamento da economia neste último trimestre foi precisamente o melhor comportamento do investimento e da procura externa líquida", apontou, sublinhando que as empresas portuguesas "continuam a mostrar competitividade externa e uma capacidade de continuar a investir, apesar das dificuldades" que a pandemia tem levantado.

O ministro da Economia referiu ainda que os dados hoje conhecidos são "consistentes" com os dados do emprego, divulgados na semana passada, e, disse, "mostram que as medidas de apoio à economia e ao emprego foram funcionando até ao momento".

O Ministério das Finanças também já reagiu aos valores avançados pelo INE, destacando que o segundo semestre de 2020 correu "melhor do que o anteriormente antecipado".

"A atividade económica teve um comportamento melhor do que o anteriormente antecipado no segundo semestre do ano, com um crescimento de 5,1% face ao primeiro semestre", assinalam as Finanças num comunicado hoje enviado às redações para comentar a queda do PIB de 7,6% em 2020.

No documento, o gabinete do ministro João Leão destaca também que, "apesar da queda acentuada do PIB, a evolução reflete uma melhoria face à previsão apresentada pelo Governo no Orçamento do Estado para 2021 (8,5%)".

De acordo com uma estimativa rápida divulgada hoje pelo INE, "o conjunto do ano 2020, o PIB registou uma contração de 7,6% em volume (crescimento de 2,2% em 2019), a mais intensa da atual série de Contas Nacionais, refletindo os efeitos marcadamente adversos da pandemia covid-19 na atividade económica", lê-se numa nota divulgada pela instituição estatística.

Leia Também: Queda histórica: PIB contraiu 7,6% em 2020 e 5,9% no 4.º trimestre do ano

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