Matosinhos cria grupo de trabalho para avaliar fecho de refinaria
A Câmara de Matosinhos criou um grupo de trabalho especializado e um conselho consultivo para avaliar e refletir sobre o anunciado encerramento da refinaria da Galp, adiantou hoje à Lusa a presidente da autarquia.
© Global Imagens
Economia Refinaria
Luísa Salgueiro explicou que o grupo de trabalho técnico é composto pelas faculdades de Economia e Engenharia e o Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial (INEGI) e tem como missão elaborar um estudo sobre os impactos socioeconómicos no concelho, assim como reunir informação "rigorosa e científica" sobre o tema da energia.
"Queremos ter toda a informação sobre o tema, o que implica o lítio e o hidrogénio, ou seja, novos temas que podem ser trazidos pela Galp para a discussão e sobre os quais nos queremos ter toda a informação rigorosa para possíveis decisões que tenhamos de vir a tomar", disse.
Além disso, a autarquia, no distrito do Porto, quer "medir" os impactos que o anunciado fecho do complexo petroquímico terá no concelho, nomeadamente em termos económicos e de desemprego, sublinhou.
A autarca revelou que este estudo deverá estar concluído em abril.
Para acrescentar mais-valias a este tema "particularmente importante para o futuro do concelho e região", Luísa Salgueiro criou também um conselho consultivo, com diversas instituições e personalidades, para refletir sobre o que deve ser o futuro da refinaria.
A Porto Business School, CEiiA, ADPL, Unidade Local de Saúde de Matosinhos, Nós, Efacec, Unicer, o investigador Sobrinho Simões, o presidente honorário do Conselho de Administração do Banco BPI Artur Santos Silva ou o reitor da Universidade do Porto são algumas das instituições e personalidades que integram este conselho consultivo, frisou.
"O objetivo é ajudar-nos a refletir e ter um pensamento estratégico sobre o que deve ser aquela instalação (refinaria) no futuro para ser uma mais-valia para Matosinhos, a região Norte e o país", afirmou.
Luísa Salgueiro ressalvou que a Galp ainda não lhe comunicou os seus planos, apenas reforçou estar a "estudar a cadeia de valor das baterias [a lítio]".
Sobre se concordaria sobre a instalação de uma refinaria de lítio no local, a autarca considerou "precoce falar sobre essa questão".
"É precoce falar sobre isso, por isso, é que estamos a fazer todo um trabalho de recolha de informação técnica, rigorosa e científica", vincou.
A Galp anunciou em dezembro de 2020 a intenção de concentrar as suas operações de refinação e desenvolvimentos futuros no complexo de Sines e descontinuar a refinação em Matosinhos este ano.
A decisão põe em causa 500 postos de trabalho diretos e 1.000 indiretos, conforme estimativas dos sindicatos.
Para contestar este anunciado fecho, mais de 50 trabalhadores da Petrogal manifestaram-se hoje em frente à sede da Galp, em Lisboa, seguindo depois para a residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento.
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