O ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, disse, em entrevista ao jornal norte-americano New York Times(NYT), que os dados sobre a "mobilidade no país mostram que as pessoas não respeitaram as restrições" no período entre o Natal e o Ano Novo.
Isto porque "muitas pessoas" aproveitaram aquela época festiva para visitar outros familiares, admitiu o ministro, em declarações por telefone ao jornal.
De recordar, porém, que durante a quadra natalícia, as medidas implementadas em território nacional foram mais 'leves', em contraste com aquelas que se verificaram durante a Passagem de Ano. No Natal, por exemplo, a circulação entre concelhos foi permitida entre os dias 23 e 26, algo que não aconteceu no Ano Novo.
Face a esta questão, à rádio Renascença fonte do gabinete do ministro da Economia assegurou que as afirmações de Siza Vieira não configuram uma imputação de responsabilidades aos portugueses pela mobilidade verificada no período específico do Natal. Mais, acrescenta a mesma fonte, a conclusão de que Siza Vieira se referia à totalidade do período das festas de Natal e Ano Novo resulta da interpretação feita pelo jornalista do NYT.
Pedro Siza Vieira admitiu ainda, nas declarações ao NYT, que as próximas semanas "vão ser difíceis", destacando o jornal que os hospitais portugueses já estão sobrecarregados, em consequência do exponencial aumento de novos casos da Covid-19, em especial na região de Lisboa, tendo por isso o governo português solicitado a ajuda de países europeus.
Depois de vários dias a registar máximos, o número de novos casos tem vindo a abrandar. Portugal contabilizou, nas últimas 24 horas, mais 225 óbitos e 7.914 infetados por Covid-19, informou, esta quinta-feira, a Direção-Geral da Saúde (DGS).
No total, o país passa a somar, desde o início da pandemia, 13.482 mortos e 748.858 casos do novo coronavírus.