Eurogrupo informado sobre situação pandémica por responsáveis da OMS

Dois responsáveis da Organização Mundial de Saúde (OMS) participaram na videoconferência de hoje do Eurogrupo, para dar conta aos ministros das Finanças da zona euro da situação da pandemia de covid-19, que continua a condicionar fortemente a recuperação económica.

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Lusa
15/02/2021 19:22 ‧ 15/02/2021 por Lusa

Economia

Pandemia

Na conferência de imprensa no final da reunião o presidente do Eurogrupo, o irlandês Paschal Donohoe, indicou que foi feito um ponto da situação da pandemia por parte de Michael Ryan, diretor-executivo da OMS para o Programa de Emergências Sanitárias, e Bruce Aylward, conselheiro responsável pela missão conjunta da OMS-China, tendo ambos "sublinhado que persiste um elevado grau de incerteza, especialmente no que respeita à circulação do vírus e surgimento de novas variantes".

"Mas ambos também destacaram o enorme progresso feito, em termos de testes, tratamentos e vacinação desde que o coronavírus surgiu [na Europa], há um ano", prosseguiu Paschal Donohoe, observando que "um progresso constante" na campanha de vacinação permitirá também a tomada de decisões com vista à recuperação económica.

Considerando que o cenário epidemiológico explicado pelos responsáveis da OMS foi muito útil para as discussões que se seguem a nível de ministros das Finanças, o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni manifestou-se particularmente impressionado pelo "trabalho crucial que está a ser feito a nível de mapeamento das novas variantes [do coronavírus], tais como aquelas detetadas no Brasil, no Reino Unido e na África do Sul".

"Os colegas da OMS também sublinharam a ideia de que "ninguém estará a salvo até que todos estejam a salvo e saudaram a muito boa cooperação com a Comissão Europeia", disse Gentiloni.

Apontando que "melhorar a situação a nível da saúde pública é, obviamente, a primeira razão pela qual é necessário ganhar esta corrida em curso entre injeções e infeções", o comissário da Economia observou que "uma campanha de vacinação bem sucedida é também crucial para a recuperação económica".

"Como expliquei hoje ao Eurogrupo, as nossas Previsões de Inverno [divulgadas na semana passada] baseiam-se na assunção de que as medidas restritivas serão aliviadas, primeiro gradualmente, até ao final do segundo trimestre, e depois de forma mais acentuada, no segundo semestre do ano", disse, acrescentando que tal significa que é assumindo que "os mais vulneráveis e uma proporção crescente da população adulta terão sido vacinados".

Na semana passada, a Comissão Europeia voltou a rever em baixa o ritmo da recuperação económica este ano na Europa, que "permanece nas garras da pandemia da covid-19", estimando que a zona euro cresça 3,8% e a União Europeia 3,7%.

Face às anteriores previsões macroeconómicas de outono, Bruxelas retirou quatro décimas tanto às estimativas de crescimento económico na zona euro para 2021 -- em novembro antecipava uma subida do Produto Interno Bruto (PIB) de 4,2%, o que já constituía uma forte revisão em baixa face às previsões de verão, de 6,1% -, como do conjunto da UE, para o qual previa há três meses uma subida do PIB de 4,1% este ano.

No entanto, e apontando que o início das campanhas de vacinação na Europa constitui uma "luz ao fundo do túnel" e uma fonte de "otimismo cauteloso", o executivo comunitário acredita que um crescimento forte no segundo semestre deste ano aliado a um bom desempenho no próximo permitirá à Europa recuperar de forma mais sólida que o previsto em 2022, com o PIB a crescer 3,8% no espaço da moeda única e 3,9% no conjunto dos 27 Estados-membros, quando no outono apontava para uma subida de 3,0% tanto na zona euro como na UE.

A Comissão admite também que os riscos em torno destas projeções macroeconómicas permanecem "elevados" e estão sobretudo relacionados com a evolução da pandemia e o sucesso das campanhas de vacinação.

"Em termos de riscos negativos, a pandemia pode revelar-se mais persistente ou grave no médio prazo do que o cenário assumido nesta previsão, ou pode haver atrasos nas campanhas de vacinação. Tal poderia adiar o levantamento das medidas de contenção, o que por seu lado pode afetar o ritmo e a força da retoma", assumiu a Comissão Europeia.

A reunião de hoje do fórum informal de ministros das Finanças da zona euro, realizada uma vez mais 'à distância', antecedeu o Conselho de ministro das Finanças da UE (Ecofin) de terça-feira, a decorrer também por videoconferência e a ser presidido, desde Lisboa, pelo ministro João Leão, que fará aos seus homólogos europeus um ponto da situação dos processos de elaboração dos planos nacionais de recuperação e resiliência, através dos quais os 27 acederão aos fundos do pacote de recuperação para a Europa ultrapassar a crise socioeconómica provocada pela pandemia.

Leia Também: AO MINUTO: Vacina da Pfizer reduz casos assintomáticos em 94%

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