"Entre outros objetivos, prevê-se requalificar 36.000 trabalhadores, apoiar 30.000 PME, constituir 10 aceleradoras digitais, atingir 4.000 empresas com formação teórica e consultoria focada na Indústria 4.0 e emitir 'vouchers' para 3.000 'startup'", refere o PRR, hoje colocado em consulta pública pelo Governo português.
Os investimentos a implementar nesta área ascendem a 650 milhões de euros, dos quais 400 milhões são para a transição digital das empresas, 100 milhões para a catalisação da sua transição digital das Empresas e 150 milhões para a sua capacitação digital.
A coordenação do investimento está a cargo do IAPMEI, I.P. em articulação com diversas entidades públicas.
Assim, está prevista a criação de uma rede que permita criar as "condições necessárias às empresas para o desenvolvimento e teste de novos produtos e serviços e para acelerar o processo de transição digital, seja via um espaço físico ou de simulador virtual".
Está também contemplada a criação de um programa para a digitalização de PME, com vista ao fomento do comércio digital, bem como o apoio a 'startup', por norma em fase de "seeding" (fase inicial), no reforço da estrutura existente.
No que diz respeito à catalisação da transição digital das empresas, o investimento é "efetuado através de projetos públicos de catalisação tecnológica, que visam reduzir a utilização de papel através da fatura eletrónica, criar um ambiente de negócios digital mais seguro e confiável através de um conjunto de certificações e reduzir de modo geral os custos de contexto".
Desta forma, "prevê-se atingir a meta de 4.000 empresas impactadas pela disseminação das tecnologias chave", bem como o objetivo de atingir o envio de 1.000 milhões de faturas eletrónicas".
Já no campo da capacitação digital das empresas, prevê-se "a criação de dois programas de formação interligados, com abordagens inovadoras e que visam colmatar lacunas nas competências digitais dos trabalhadores (funcionários e empresários) e das empresas", são eles o Academia Portugal Digital e o Emprego + Digital 2025.
Com estes programas, o Governo espera atingir 800.000 formandos com diagnósticos de competências digitais, planos de formação individual e acessos a formação 'online'.
O Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal, para aceder às verbas comunitárias pós-crise da covid-19, prevê 36 reformas e 77 investimentos nas áreas sociais, clima e digitalização, num total de 13,9 mil milhões de euros em subvenções.
Depois de um rascunho apresentado à Comissão Europeia em outubro passado e de um processo de conversações com Bruxelas, o Governo português colocou hoje a versão preliminar e resumida do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) em consulta pública, no qual estipula "19 componentes, que integram por sua vez 36 reformas e 77 investimentos".
O executivo justifica que, "com base no diagnóstico de necessidades e dos desafios", foram definidas três "dimensões estruturantes" de aposta - a da resiliência, da transição climática e da transição digital -, às quais serão alocados 13,9 mil milhões de euros em subvenções a fundo perdido das verbas europeias pós-crise.
No documento, estão também previstos 2,7 mil milhões de euros em empréstimos, mas fonte do executivo garante que "ainda não está assegurado" que Portugal irá recorrer a esta vertente do Mecanismo de Recuperação e Resiliência, o principal instrumento do novo Fundo de Recuperação da União Europeia.
Previsto está que a maior fatia (61%) das verbas do PRR se destine à área da resiliência, num total de 8,5 mil milhões de euros em subvenções e de 2,4 mil milhões de euros em empréstimos.