"A questão do confinamento tem de ser mantida [...]. O que a UGT deu nota é que aquilo que aconteceu no Natal não se pode repetir na Páscoa. Ora a Páscoa é no primeiro fim de semana de abril e, portanto, se o confinamento tiver de ser prolongar até depois da Páscoa que o façam", disse Carlos Silva no final de uma audiência com o Presidente da República.
O secretário-geral da UGT afirmou ainda que o confinamento não deve ser entendido pelas pessoas como uma decisão antidemocrática ou que põe em causa os direitos, liberdades e garantias, acentuando que a principal garantia que o Estado tem de dar aos cidadãos é "a defesa da saúde".
Neste contexto, precisou, o confinamento "foi um mal necessário que aconteceu e que deve continuar a acontecer", porque "temos de nos proteger", pelo que "deve ser aplicada num novo o estado de emergência que termine nessa altura".
Ainda no âmbito da pandemia, Carlos Silva reiterou hoje junto de Marcelo Rebelo de Sousa a posição de "repúdio" da UGT em relação aos que de forma "antiética" se vacinaram antes dos que são considerados prioritários.
Relativamente ao consenso pedido pelo Governo em relação à pandemia, afirmou que, no que à UGT diz respeito, se trata de "um não assunto", uma vez que "só pode haver consenso quando nos é apresentada uma proposta sobre uma matéria".
Carlos Silva falou ainda da presidência portuguesa da União Europeia, salientando que a UGT tudo fará para que corra bem, pelo menos do ponto de vista sindical. Neste contexto referiu alguns dos encontros que vão ter lugar no Porto, em maio, e em Lisboa, em julho, deixando uma crítica indireta às manifestações que estão a ser agendadas.
"Não precisamos de aproveitar a rua para transmitirmos mensagens", precisou.
Marcelo Rebelo de Sousa começou hoje a ouvir os parceiros sociais, sendo esta a primeira vez que o faz desde que foi reeleito no cargo, recebendo a Confederação do Turismo de Portugal (CTP), a UGT e a Confederação dos Agricultores de Portugal. Na quinta-feira recebe a Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) e a Confederação Empresarial de Portugal (CIP) e a secretária-geral da CGTP.
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