Para assinalar hoje o Dia Mundial da Justiça Social, a Pordata publica informação estatística baseada em uma centena de indicadores relativos à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, baseada no Eurostat.
Os dados vão permitir aos utilizadores analisar percurso de Portugal e dos países da União Europeia (EU) na sua implementação ao longo das últimas décadas e dos próximos 10 anos, refere uma nota de imprensa.
A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável foi criada em 2015 pela Organização das Nações Unidas.
Entre os dados divulgados, Portugal foi o sexto entre os 27 países da União Europeia (UE) a registar um maior decréscimo da população em risco de pobreza e de exclusão social entre 2014 e 2019.
Em 2014, 27,5% da população portuguesa encontrava-se em risco de pobreza e de exclusão social, passando para 21,6 em 2019.
Esta evolução positiva coloca Portugal como o sexto a melhorar este indicador, atrás da Eslovénia e da Grécia, Irlanda, Bulgária, Roménia e Hungria.
Entre os 27 países da UE, Portugal é o 17.º com a mais alta taxa de população em risco de pobreza ou de exclusão social (21,6%), num 'ranking' liderado pela Islândia (11%), seguida da República Checa (12,5%) e da Eslovénia (14,4%).
Na cauda da UE, encontram-se a Grécia (30%), Roménia (31,2%) e Bulgária (32,5%).
Os dados revelam ainda que na UE existem 91,3 milhões de cidadãos em situação de pobreza ou de exclusão social, dos quais 2,2 milhões são portugueses, o que equivale a mais de dois por cada 10 residentes.
Em Portugal, uma em cada quatro pessoas (24% da população) vive com más condições de habitação, proporção só ultrapassada pelo Chipre (31%), valores acima da média europeia (13%).
Os dados demonstram ainda que em Portugal 19% dos portugueses não conseguem manter a casa aquecida, tornando Portugal no quarto pior país da UE, à frente do Chipre (21%), Lituânia (27%) e Bulgária (30%).
Portugal está entre os 10 países com maiores desigualdades entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres.
Portugal foi ainda o quinto entre os 27 países da União Europeia (UE) com a taxa de desemprego de longa duração mais alta em 2019, apesar de esta ter vindo a decrescer desde 2013.
Em 2019, a taxa de desemprego há 12 ou mais meses foi de 2,8% em Portugal, país apenas ultrapassado pela Grécia (12,2%), Itália (5,6%), Espanha (5,3%) e França (3,1%).
Entre os países onde o desemprego é mais baixo estão a Polónia com 0,7%), Dinamarca e Noruega com 0,8%) e Estónia, Suécia e Malta com 0,9%.
Entre 2013 e 2019, a taxa de desemprego decaiu de 9,3% para 2,8% em Portugal e de 5,5% para 2,6% na UE.
A taxa de abandono escolar precoce baixou em Portugal de 45%, em 2002, para 10,6%, em 2019, sendo a oitava mais alta da Europa, abaixo da Islândia (17,9%), Espanha (17,3%), Malta (17,2%), Roménia (15,3%), Bulgária (13,9), Itália, (13,5%), Hungria (11,8%).