A execução orçamental em contabilidade pública das Administrações Públicas (AP) no primeiro mês de 2021 apresentou um saldo de 760 milhões de euros, o que traduz um agravamento em 602 milhões de euros face ao período homólogo, anunciou o Ministério das Finanças, esta quinta-feira.
Este comportamento é explicado pelo "impacto da terceira vaga da pandemia" nas contas portuguesas, segundo a tutela.
"Para a degradação do saldo concorreu a forte contração da receita (-9,5%) e o acréscimo da despesa primária (+0,5%), reflexo dos impactos negativos na economia do período de confinamento - com particular tradução na redução da receita fiscal e contributiva - e das medidas extraordinárias de apoio a famílias e empresas", explica o gabinete do ministro João Leão.
As medidas explicam ainda um "agravamento adicional do saldo em pelo menos 258 milhões de euros pela quebra de receita (60 milhões) e pelo crescimento da despesa (198 milhões), sobretudo associado às medidas de apoio suportadas pela Segurança Social (119 milhões), destacando-se o apoio extraordinário à retoma progressiva de atividade (45 milhões)", de acordo com o Ministério das Finanças.
Despesa do SNS cresce 11,3%
De acordo com o Governo, a despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) aumentou "de forma muito expressiva (+11,3%)", com destaque para o aumento das despesas com pessoal (9,9%) e para o acréscimo do número de profissionais de saúde de 7,2% (+9.889 trabalhadores face a janeiro de 2020).
Segundo a tutela, o número de médicos atingiu um "máximo histórico de 31.406 profissionais".
Já os pagamentos em atraso reduziram-se em 116 milhões de euros face a janeiro de 2020, "explicado pela diminuição dos pagamentos em atraso no SNS em 153 milhões de euros".
Destaque também para a despesa da Segurança Social que aumentou 5,6% (+122 milhões de euros), o que se explica com as medidas extraordinárias no âmbito da pandemia e que totalizaram 118 milhões de euros.
"Destacam-se os acréscimos na despesa com as prestações sociais regulares (3,9%), sobretudo com as prestações de desemprego (32,6%)", acrescenta a tutela.
[Notícia atualizada às 17h03]
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