Segundo um relatório mensal do Banco de Cabo Verde, o dinheiro em circulação no país no final de dezembro de 2019 ascendia a 9.980,3 milhões de escudos (90,1 milhões de euros), valor que aumentou para um recorde de 11.114,7 milhões de escudos (100,3 milhões de euros) no final de 2020.
A colocação de dinheiro em circulação acelerou sobretudo em abril, o primeiro mês após a pandemia de covid-19 chegar a Cabo Verde, com o país a entrar em estado de emergência até maio.
O banco central não aponta no relatório explicações para esta variação no dinheiro em circulação no país, mas trata-se de uma medida habitualmente associada a políticas monetárias expansionistas, de aumento da oferta de moeda, com influência no aumento da inflação.
Os últimos meses foram marcados pelos condicionalismos impostos à atividade económica também em Cabo Verde, devido à pandemia de covid-19, com o encerramento de empresas e o confinamento da população.
Depois de uma taxa de inflação de 1,1% em 2019, os preços em Cabo Verde aumentaram apenas 0,6% em 2020, com vários meses de variação nula ou queda de preços, contra a previsão do Governo, superior a 1%.
No final de 2019, as notas representavam 94,35% do dinheiro em circulação física em Cabo Verde, enquanto o peso das moedas era de 5,65%, segundo dados do BCV.
Enquanto autoridade monetária e banco emissor, o Banco de Cabo Verde tem como função emitir e colocar em circulação notas e moedas metálicas do escudo cabo-verdiano, com curso legal e poder liberatório, incluindo as comemorativas.
Só com a emissão da nova família de notas de escudo cabo-verdiano e destruição das antigas (200 e 2.000 escudos), o banco central gastou 40,4 milhões de escudos (cerca de 366 mil euros) em 2019, um aumento de 7,3% face a 2018.
O BCV refere no relatório e contas de 2019 que, em termos de fluxos, foram emitidas e colocadas em circulação naquele ano 6,7 milhões de notas, no valor de 7.163 milhões de escudos (65 milhões de euros). Deste total, as denominações de 1.000 e 2.000 escudos representaram, em conjunto, 68,7% do volume emitido e 87,9% do valor da emissão.
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