Depois de várias reuniões negociais sem quaisquer resultados, a EDP apresentou hoje uma proposta concreta aos sindicatos que representam os trabalhadores da empresa, que a consideraram inaceitável.
"Face à proposta da EDP, mantivemos a nossa proposta de aumentos salariais de 90 euros por trabalhador. A proposta da empresa é de tal forma inaceitável que nem merece que baixemos a nossa", disse à agência Lusa Joaquim Gervásio, dirigente da Federação Intersindical das Indústrias Metalúrgicas, Químicas, Eléctricas, Farmacêutica, Celulose, Papel, Gráfica, Imprensa, Energia e Minas (Fiequimetal).
Na reunião negocial de hoje, a EDP propôs aumentos salariais de 0,3% para as sete posições remuneratórias mais baixas da empresa, aumentos de 0,2% para os salários da 8.ª à 14.ª e aumentos de 0,1% para os salários da 15.ª posição à 21.ª posição.
Os salários a partir da 22.ª posição remuneratória ficariam congelados, segundo a mesma proposta.
Segundo Joaquim Gervásio, as percentagens propostas representam aumentos entre os 2,10 euros e os 3,95 euros.
O salário mais baixo da EDP é de 1.000 euros.
"Tendo em conta a proposta da empresa, vamos avançar de imediato com plenários por todo o país, para ouvir os trabalhadores e decidir que formas de luta vamos desencadear para mostrar à EDP que os valores que apresentou são de todo inaceitáveis", disse o sindicalista.
Na segunda-feira, os trabalhadores da EDP Portugal manifestaram-se em Lisboa, Porto e Coimbra para contestar a proposta salarial da empresa, que até hoje era de 0%, depois de o grupo EDP ter tido 810 milhões de lucros em ano de pandemia, dos quais 94 milhões são referentes ao negócio em Portugal.
Joaquim Gervásio disse à Lusa que "agora estão em cima da mesa todas as formas de luta, nomeadamente a greve, porque a luta tem de endurecer, para mostrar à empresa o descontentamento dos trabalhadores".
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