O Governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, admitiu esta quarta-feira na TVI24 que a probabilidade de haver uma extensão das moratórias bancárias é "reduzida" apesar de a "porta não estar fechada" e de a Assembleia da República ter aprovado hoje este projeto de lei.
"As consequências de uma moratória que não está enquadrada nas orientações da autoridade europeia para os bancos tem alguns aspetos gravosos para os bancos e para os próprios clientes. A probabilidade de haver uma extensão é reduzida, mas essa porta, esse trabalho não está fechada", explicou o ex-ministro das Finanças.
Perante isto e confrontado com o facto do decreto de lei aprovado hoje no Parlamento poder vir então a não servir para nada, Centeno esclareceu que "se houver orientações da Autoridade Europeia da Banca nesse sentido pode ser útil, sem as orientações, o significado dessas moratórias é diverso e negativo para o sistema".
Ainda sobre as moratórias bancárias, o socialista recordou que Portugal foi "dos primeiros países da Europa a aprovar moratórias para o crédito" e garantiu que "estamos a ser um dos últimos países a sair" das mesmas.
Recorde-se que a Assembleia da República aprovou hoje, na generalidade, com o voto contra do PS, um projeto de lei do PCP para prolongar as moratórias bancárias por mais seis meses.
O projeto de lei baixa agora à especialidade. Só se passar em votação final global, é que a lei é aprovada no Parlamento e seguirá para decisão do Presidente da República.
As moratórias bancárias existem há um ano e foram criadas para ajudar famílias e empresas devido à crise causada pela pandemia de Covid-19.
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