A Intersindical vai assinalar o Dia do Trabalhador deste ano com concentrações, desfiles e manifestações em todos os distritos e regiões autónomas, com os devidos cuidados para evitar a propagação da covid-19, mas sem deixar de tornar esta data numa jornada de luta.
"O 1.º de Maio terá uma componente de comemoração, mas será também uma grande jornada de luta, de reafirmação das reivindicações dos trabalhadores", disse à agência Lusa a secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha.
As comemorações do Dia do Trabalhador da CGTP vão decorrer sob o lema "Lutar pelos direitos, combater a exploração" e vão reafirmar a defesa do emprego, do crescimento dos salários, do horário semanal de 35 horas e da melhoria dos serviços públicos.
"No fundo são as grandes questões para as quais temos exigido resposta, mas que não temos conseguido, aliás, pelo que vimos no Livro Verde do Futuro do Trabalho, parece que vamos exatamente no sentido contrário", disse a líder da Inter.
Isabel Camarinha, eleita secretária-geral da CGTP em fevereiro de 2020, vai poder este ano, pela primeira vez, subir ao palco junto à fonte Luminosa, para discursar para os manifestantes que ocuparão o relvado da Alameda Afonso Henriques, ainda que não seja possível juntar a multidão de outros anos.
Em 2020 a CGTP desafiou o confinamento, ignorou as críticas e comemorou, como sempre, o 1.º de Maio na Alameda, embora apenas com algumas centenas de pessoas, que, disciplinadamente ocuparam lugares pré-marcados no relvado com vários metros de distância entre si.
Mas, devido à necessidade de distanciamento, Isabel Camarinha não pôde contar com a companhia da restante direção da central quando fez uma breve intervenção político-sindical.
"Fizemos questão de comemorar o 1.º de Maio no ano passado porque era necessário denunciar os atentados aos direitos dos trabalhadores, dado que muitas empresas se aproveitaram da pandemia para sacrificar ainda mais os trabalhadores, e este ano a situação não é diferente", justificou a sindicalista.
Antes da pandemia da covid-19, o Dia do Trabalhador da CGTP incluía iniciativas em mais de 40 localidades, com o ponto alto em Lisboa, com o numeroso desfile do Martim Moniz para a Alameda Afonso Henriques, onde era aguardado por milhares de populares em ambiente de festa.
Para este ano estão previstos dois pequenos desfiles, com saída do Campo Pequeno e dos Anjos, que convergirão para os relvados frente à Fonte Luminosa.
"Os desfiles decorrerão com o devido distanciamento e com máscaras, porque nós defendemos sempre o cumprimento das regras de saúde, é a nossa prioridade", disse Isabel Camarinha.
A sindicalista lembrou que desde 01 Maio de 2020 a CGTP e as suas estruturas fizeram dezenas de manifestações e concentrações, "sempre cumprindo as regras sanitárias, sem registar qualquer problema".
"Esperamos que este Dia do Trabalhador seja vivido já sem estado de emergência, seria bom para todos", afirmou.
O coordenador da União dos Sindicatos de Lisboa (USL), Libério Domingues, explicou à Lusa que a opção pelos dois desfiles na capital foi tomada por causa da pandemia, porque "assim será mais fácil aos participantes manter o distanciamento ao entrarem na Alameda e ocuparem o seu lugar no relvado".
O desfile que vai sair do Campo Pequeno integrará os participantes do distrito de Lisboa, enquanto o que vai sair dos Anjos, integrará os participantes dos concelhos da margem sul do Tejo.
Libério Domingues assegurou que os dois desfiles vão realizar-se respeitando as regras de distanciamento e na Alameda, tal como no ano passado, serão marcados os lugares de cada um no chão.
O sindicalista disse que é difícil, para já, fazer estimativas quanto ao número de participantes, mas o recinto está a ser preparado para um máximo de 2.500 pessoas.
"Se no ano passado estiveram na alameda perto de 1.000 pessoas, é possível que este ano venham o dobro, mas ainda não sabemos sequer o número de autocarros que virão da margem sul, no entanto, estamos a organizar tudo para que possam participar até 2.500 pessoas", disse.
Este ano será montado de novo o palco junto à fonte Luminosa e toda a Comissão Executiva acompanhará ali o discurso político-sindical da secretária-geral, sempre com distanciamento.
A USL está a organizar o 1.º de Maio há cerca de um mês e desta vez não teve necessidade de se reunir com o Ministério da Saúde ou com a DGS, como no ano passado.
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