"Vamos iniciar a safra em maio e vamos fixar, até julho, 10 mil toneladas, mas acreditamos que, em junho, o parecer do Conselho Internacional para a Exploração do Mar será favorável, revendo esta quantidade em alta", avançou Ricardo Serrão Santos durante a sessão de balanço da campanha de valorização das conservas portuguesas "Vamos conservar o que é nosso", que decorreu em Matosinhos.
Segundo salientou o governante, a tutela "tem desenvolvido um trabalho para que, considerando a recuperação demonstrada nos cruzeiros de investigação realizados quer por Portugal, quer por Espanha (que apontam aumentos significativos de captura para esta espécie), se possa aumentar as oportunidades de pesca na próxima estação".
Conforme recordou, "esta recuperação dos 'stocks' de sardinha só foi possível graças aos últimos esforços por parte da frota" nacional, "com as inevitáveis consequências económicas e sociais" que tal implicou.
"Mas hoje estamos mais otimistas, porque as condições o permitem", disse Ricardo Serrão Santos.
Em 2020, a quota nacional de pesca da sardinha foi inicialmente fixada nas 6.300 toneladas para a campanha que decorreu de 01 de junho a 31 de julho (mais 1.300 toneladas do que no ano anterior), mas foi posteriormente aumentada para as 12.705 toneladas, permitindo-se à frota do cerco capturar 6.405 toneladas adicionais de sardinha a partir de 01 de agosto.
Este aumento resultou de uma reavaliação do 'stock' da sardinha solicitada pelos governos de Portugal e Espanha ao Conselho Internacional para a Exploração do Mar e que, face à franca recuperação deste recurso, determinou uma subida da quota gerida em conjunto pelos dois países das 10.799 toneladas para as 19.100 toneladas, 66,6% das quais (12.705 toneladas) respeitam a Portugal.