"A afirmação de que houve uma adesão 'quase total' não corresponde à verdade. No acumulado dos dois primeiros dias, temos uma adesão de 46,1%. Estes são os números reais, que têm como base o registo no relógio de ponto", disse o administrador da empresa, Corrêa de Sá, em declarações à agência Lusa.
A greve de duas horas diárias começou na segunda-feira e prolonga-se até ao dia 08 de maio.
Os mineiros exigem aumentos salariais de 50 euros por cada trabalhador, enquanto a Beralt Tin and Wolfram Portugal (empresa que detém a exploração das minas e que é propriedade do grupo canadiano Almonty) começou por oferecer 0,5% no salário base, tendo depois subido para 0,75%, acrescido de outros aumentos nos subsídios.
Na segunda-feira, dia em que se cumpriu o primeiro dia de greve, o STIM apontou uma adesão "quase total", nos dois primeiros turnos.
Em comunicado emitido hoje, os trabalhadores reiteraram que a greve está a ter uma "adesão fortíssima", acima dos 90%.
"Os trabalhadores vão manter-se unidos, determinados e firmes como até então, e vão resistir para que façam valer os seus direitos, melhorar salários e lutar por condições de vida e de saúde dignas, nesta que é uma profissão de elevado risco", acrescentou a nota de imprensa.
Já os números apresentados pela Beralt Tin and Wolfram Portugal vão em sentido contrário e apontam uma adesão de 44,9% no primeiro dia (acumulado dos três turnos) e de 47,2% no segundo dia.
Segundo acrescentou, a adesão média fixou-se em 46,1%.
Números que, ainda assim, preocupam a administração da empresa, conforme afirmou Corrêa de Sá, que sublinhou as dificuldades que a empresa e o país atravessam, fruto da pandemia.
Vincando que a empresa teve um prejuízo acumulado de 4,4 milhões de euros, nos últimos nove meses, este responsável garantiu que a proposta de um aumento de 0,75% no salário base já representa um "esforço extraordinário" e que "não é possível ir mais longe".
Ressalvou, contudo, que a empresa se mantém disponível para reavaliar a situação entre final de julho e início de agosto, como já consta da proposta.
As Minas da Panasqueira são a única exploração de extração de volfrâmio a laborar em Portugal e empregam cerca de 250 trabalhadores, essencialmente oriundos dos concelhos da Covilhã e Fundão, no distrito de Castelo Branco.