O Boletim Económico de maio, hoje divulgado, refere que os empréstimos contraídos ao abrigo destas linhas de crédito com garantia pública foram usados pelas empresas para fazer face a problemas de liquidez e, em menor grau, para a constituição de reservas de liquidez.
O documento detalha ainda que nos setores do alojamento e restauração, comércio e indústria transformadora estes empréstimos representaram mais de metade dos novos empréstimos, atingindo 57%, 52% e 52% do total, respetivamente.
Os transportes, as atividades de consultoria e administrativas e a construção e atividade imobiliária foram, por seu lado, aqueles em que os empréstimos sem garantia pública tiveram maior expressão no conjunto dos novos empréstimos, representando nestes casos, respetivamente, 60,1%, 67,0% e 80,2%.
O Boletim Económico de maio, em que o Banco de Portugal faz uma análise da economia portuguesa em 2020 -- um ano marcado pela pandemia de covid-19 -- também indica que um terço dos empréstimos às empresas encontrava-se a beneficiar de moratória de crédito no final do ano.
O documento detalha as medidas tomadas para mitigar o impacto da pandemia, nomeadamente as que visaram a salvaguarda do emprego, concluindo que estas permitiram conter a redução do emprego em 2%, o que corresponde a menos de um terço da quebra do valor acrescentado bruto (VAB).
"No entanto, observou-se uma diminuição sem precedentes no número de horas efetivamente trabalhadas (9,2%), que se traduziu num aumento da produtividade aparente por hora trabalhada", refere o BE, assinalando que do conjunto das medidas que visaram a preservação do emprego, a do 'lay-off' simplificado chegou a cerca de 25% dos trabalhadores por conta de outrem.
Durante a apresentação do documento, Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, tinha referido que as medidas que incidiram sobre o mercado de trabalho permitiram que o ano de 2020 fosse um fenómeno "muito único" por comparação com o observado em crises anteriores no que diz respeito ao nível do emprego.
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