"A economia da UE deverá crescer robustamente este ano e no próximo. O ressurgimento da pandemia e a necessidade de apertar as restrições relacionadas com a saúde resultaram num fraco início do ano, mas o ritmo mais rápido das vacinações nos últimos meses deverá permitir que as restrições sejam ainda mais atenuadas no segundo semestre do ano -- de facto, isto já está em curso -- e assim permitir que a economia recupere", declarou Paolo Gentiloni.
Falando em conferência de imprensa, em Bruxelas, no dia em que o executivo comunitário divulgou as previsões económicas de primavera, o comissário europeu da tutela comentou que esta "é uma perspetiva mais risonha do que a prevista nas previsões de inverno".
A Comissão Europeia reviu hoje em alta o ritmo da recuperação da economia europeia, estimando para este ano um crescimento de 4,3% na zona euro e de 4,2% na União, e de 4,4% em ambas em 2022.
As previsões macroeconómicas da primavera invertem a tendência registada nos anteriores exercícios de projeções macroeconómicas desde a chegada da pandemia da covid-19 à Europa, que levou a Comissão a sucessivas revisões em baixa, tendo agora Bruxelas melhorado consideravelmente as previsões de inverno divulgadas em fevereiro passado.
Segundo Paolo Gentiloni, este cenário mais otimista deve-se ainda à "recuperação mais forte do que anteriormente esperado da atividade e comércio mundiais" e ainda ao "impulso de crescimento proporcionado pela integração dos Planos de Recuperação e Resiliência".
Em concreto, a previsão é que as reformas ao abrigo destes planos permitam uma subida no Produto Interno Bruto (PIB) da UE em aproximadamente 1,2% durante o período de 2020-2022, precisou o responsável.
Em causa está o Mecanismo de Recuperação e Resiliência, avaliado em 672,5 mil milhões de euros (a preços de 2018) e elemento central do "Next Generation EU", o fundo de 750 mil milhões de euros aprovado pelos líderes europeus em julho de 2020, principais instrumentos para a recuperação económica da UE da crise provocada pela pandemia de covid-19.
Falando aos jornalistas, Paolo Gentiloni observou que "as medidas orçamentais suportaram a economia e abriram o caminho para a recuperação".
Ao todo, "a magnitude das medidas orçamentais relacionadas com a covid-19 deverá ascender a cerca de 4% do PIB tanto em 2020 como em 2021 na UE como um todo", estimou o responsável, adiantando que isto inclui "despesas em cuidados de saúde, bem como em apoio temporário às famílias e empresas para as proteger contra perdas de rendimentos, para proteger o emprego e para evitar um aumento das insolvências durante a fase aguda da pandemia".
E, apesar de admitir "uma elevada incerteza em torno das perspetivas enquanto a pandemia pairar sobre a economia", Paolo Gentiloni frisou que "a economia da UE deverá recuperar fortemente este ano e no próximo", sendo que isso "já avançou nos últimos meses" devido a uma "forte recuperação na indústria e sinais de melhoria também no setor dos serviços".
"À medida que as vacinações aceleram, as medidas de contenção deverão ser progressivamente levantadas, permitindo à economia da UE recuperar este trimestre e ainda mais durante o terceiro trimestre, à medida que o impacto do Mecanismo de Recuperação e Resiliência começa também a fazer sentir-se", conclui o responsável.
De momento, segundo o Centro Europeu para Prevenção e Controlo das Doenças, uma média de 34,7% dos adultos europeus já levou a primeira dose da vacina contra a covid-19 e 13,6% já tem a inoculação completa.
[Notícia atualizada às 11h39]
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