Segundo o IBGE, os dados refletem os impactos da pandemia de covid-19 no país, o segundo do mundo com mais mortes pelo novo coronavírus em termos absolutos, atrás apenas dos Estados Unidos da América.
Em três meses, mais 880 mil pessoas desocupadas começaram a procurar trabalho no Brasil.
A emergência sanitária causada pela pandemia e as medidas para contê-la obrigaram várias empresas a paralisar as suas operações durante vários meses, o que provocou cortes em vários setores da economia brasileira.
Com uma população de cerca de 212 milhões de habitantes, o país sul-americano já acumula quase 455 mil mortes e 16,2 milhões de infetados pelo novo coronavírus.
No entanto, o IBGE destacou que o aumento da população desempregada observada entre janeiro e março é um efeito "esperado", uma vez que a taxa de desemprego tende a subir no início de cada ano.
"Esse aumento da população desocupada é um efeito sazonal esperado. As taxas de desocupação costumam aumentar no início de cada ano, tendo em vista o processo de dispensa de pessoas que foram contratadas no fim do ano anterior. Com a dispensa nos primeiros meses do ano, elas tendem a voltar a pressionar o mercado de trabalho", explicou Adriana Beringuy, analista da pesquisa do IBGE.
O contingente de pessoas com contrato de trabalho formalizado que somava 85,7 milhões de brasileiros entre janeiro e março ficou estatisticamente estável em relação ao último trimestre de 2020, embora o IBGE tenha alertado que o nível de emprego no país continua abaixo de 50% da população desde maio do ano passado, o que indica que "menos da metade da população em idade ativa está empregada".
Outro destaque da pesquisa foi a subida no total de pessoas subutilizadas, que são aquelas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas de trabalho ou na força de trabalho potencial.
No primeiro trimestre de 2021, o contingente destes trabalhadores no Brasil chegou a 33,2 milhões, o maior da série histórica, um aumento de 3,7% com mais 1,2 milhões de pessoas.
Já os desalentados, que desistiram de procurar trabalho devido às condições estruturais do mercado laboral, somaram 6 milhões de pessoas, ficando estáveis em relação ao último trimestre de 2020.
O Brasil encerrou 2020 com uma taxa média de desemprego de 13,5%, o maior nível desde a nova medição estatística lançada pelo IBGE em 2012.