O ministro das Finanças, João Leão, abriu a porta, esta segunda-feira, a que a dotação do programa IVAucher, que arranca no dia 1 de junho, seja reforçada. Além disso, a expectativa do Governo é que haja uma "forte adesão" à iniciativa que pretende apoiar a retoma dos setores mais afetados pela pandemia - restauração, alojamento e cultura.
Questionado sobre um eventual reforço da dotação do IVAucher, Leão disse que "sim, pode acontecer isso", justificando que a medida está a ser aplicada "no momento de maior consumo nos setores" e, por isso, espera-se uma "forte adesão".
"A estimativa que temos para a utilização é de cerca de 200 milhões de euros de IVA devolvido, mas se o valor for superior significa que houve uma grande adesão à medida, significa que estes setores ainda vão estar a recuperar mais rapidamente e isso é bom para a economia", disse o ministro João Leão, em declarações aos jornalistas, à margem da apresentação do programa IVAucher.
Estamos numa fase de viragem, de forte recuperação, e estamos mesmo convencidos que os números que apresentámos no Programa de Estabilidade podem ser superados
Questionado sobre a durabilidade da medida, Leão disse que a mesma "é de carácter extraordinário e que procura ajudar estes setores, que foram os mais afetados pela pandemia, a recuperar".
Leão reafirmou que o país está numa fase de viragem: "Tivemos um primeiro trimestre muito intenso, bastante difícil para a economia, mas agora estamos numa fase de viragem e de recuperação da economia."
"Nessa fase mais difícil tivemos medidas de emergência de apoio às empresas e às famílias que foram bastante eficazes", referiu o ministro, acrescentando: "A taxa de desemprego manteve-se nos níveis pré-pandemia, mas agora que a vacinação está a avançar e os números da pandemia estão mais controlados vamos passar para uma fase de recuperação", concluiu Leão.
Números do Programa de Estabilidade "podem ser superados"
Sobre o facto de a OCDE ter melhorado as previsões económicas para Portugal, Leão disse que os "números aproximam-se muito das previsões do Governo", sublinhando que a OCDE era a instituição "mais pessimista".
"Estamos numa fase de viragem, de forte recuperação, e estamos mesmo convencidos que os números que apresentámos no Programa de Estabilidade podem ser superados", disse o ministro das Finanças, justificando que a recuperação está a ser "robusta".
O ministro de Estado e das Finanças, João Leão, admitiu, em entrevista à Lusa, a 21 de maio, que o PIB português poderá crescer até 1 ponto percentual acima dos 4% esperados, devido a uma mudança "muito rápida" das condições económicas.
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