"Os trabalhadores receberam uma carta para assegurar os serviços mínimos e não puderam fazer greve, mas está a ser um sucesso. Apenas 25% dos comboios de passageiros estão assegurados. Vão circular apenas 360 até à meia noite, quando, normalmente, são 1.368", afirmou António Pereira, do SINFB, em declarações à Lusa.
O sindicalista sublinhou que foi a plataforma representativa dos trabalhadores da IP e associadas que chegou a acordo com a empresa face à percentagem de serviços mínimos, "tendo consideração pelos utentes perante a pandemia" de covid-19.
"O nosso medo era que houvesse mais comboios. Já está a ser um sucesso", reiterou.
Até ao momento, os sindicatos não receberam qualquer resposta da empresa às reivindicações dos trabalhadores, mas asseguram continuar disponíveis para dialogar com a IP ou com a tutela.
Contactada pela Lusa, a CP -- Comboios de Portugal garantiu que "estão a ser cumpridos os serviços mínimos", com todos os comboios planeados a circular.
Os trabalhadores da IP e das associadas, que estão em greve até às 24:00 de hoje, reivindicam o aumento dos salários, contratação dos trabalhadores, cumprimento integral do clausulado no acordo coletivo de trabalho (ACT), atualização do valor do subsídio de refeição, integração do abono de irregularidade de horário com conceito de retribuição e a atribuição de concessões de viagem no operador de transportes CP a todos os trabalhadores da IP e participadas.
Em causa está também a abrangência das deslocações e horas de viagem aos trabalhadores, o ajuste do subsídio de refeição nas ajudas de custo, a atribuição de isenção do horário de trabalho aos colaboradores cujo serviço justifique e a alteração das quotas na classificação de "bom" e "muito bom" para efeitos de promoção na carreira técnica.
Por outro lado, os trabalhadores apontam falta de produtos de limpeza e higiene e pedem melhores condições de segurança nas instalações sociais e locais de trabalho.
Na terça-feira, a CP já tinha alertado para a probabilidade de ocorrerem "perturbações significativas" nos serviços.
A plataforma que representa os trabalhadores da IP e das suas participadas é constituída pela Associação Sindical das Chefias Intermédias de Exploração Ferroviária (ASCEF) e pelos sindicatos Nacional dos Transportes Comunicações e Obras Públicas (FENTCOP), Nacional Democrático da Ferrovia (SINDEFER), Independente dos trabalhadores Ferroviários, das Infraestruturas e Afins (SINFA), Independente Nacional dos Ferroviários (SINFB), Independente dos Operacionais Ferroviários e Afins (SIOFA), Nacional de Quadros Técnicos (SNAQ) e dos Transportes Ferroviários (STF).
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