A queixa surge na sequência de consultas intensivas com os produtores de vinho australianos, explicou o Governo, que afirmou estar aberto a negociações diretas com a China para resolver a questão.
Este é mais um passo na disputa comercial da Austrália com o seu maior parceiro comercial e surge após avisos do primeiro-ministro, Scott Morrison, de que o seu Governo responderia a qualquer país que tentasse usar "coerção económica" contra o país.
O decisão aparece também depois de uma cimeira dos sete países mais industrializados, o G7, no Reino Unido, onde a Austrália defendeu uma posição mais dura sobre as práticas comerciais da China.
Pequim impôs nos últimos meses sanções económicas a uma série de produtos australianos, incluindo tarifas sobre produtos agrícolas, carvão e vinho (até 218% em novembro), bem como medidas focadas no turismo.
As medidas chinesas praticamente fecharam o maior mercado internacional de vinhos australianos, com as vendas a cair de 1,1 mil milhões de dólares australianos (708 milhões de euros) para apenas 20 milhões de dólares australianos (12,6 milhões de euros), de acordo com os números oficiais.
"As ações do Governo chinês causaram danos significativos à indústria vinícola australiana", disse hoje o ministro do Comércio, Dan Tehan, numa conferência de imprensa.
A Austrália acredita que a posição de Pequim trata-se sobretudo de uma retaliação contra a rejeição do investimento chinês em setores considerados estratégicos e aos apelos de Camberra a uma investigação sobre as origens do surto do novo coronavírus, que começou na China em finais de 2019.
A Austrália já tinha apresentado uma queixa contra a China na OMC sobre as tarifas de exportação de cevada.
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